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Crítica MPB

Mais leve, álbum não deixa de ser carregado de alma e entrega

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O que Otto tem do Samsa kafkaniano e do Montag, de Truffaut e Bradbury? Basicamente, a avidez por mudanças, no caso do primeiro, e o questionamento de uma ordem vigente, do segundo.

Diante de uma expectativa enorme após o elogiado "Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos" -que serviu para o cantor e compositor se levantar de duras quedas pessoais-, Otto sai do lugar comum com um álbum consistente, mas diferente do seu trabalho anterior.

Mais leve e solar, o disco traz letras reflexivas, mas diretas, acompanhadas de sonoridade dançante.

A junção do brega com o rock psicodélico e o pop eletrônico dos anos 80 tem liga perfeita em faixas como "Dia Claro", "Ela Falava", "Exu Parade" e "A Noite Mais Linda do Mundo", de Odair José.

A densidade não deixa de aparecer em "O Que Dirá o Mundo", destaque do álbum com letra de Otto e Lirinha e viola de 12 cordas tocada por Regis Damasceno. Tem ainda o clima construído por belo arranjo de cordas.

Influências gringas à parte, "The Moon 1111" não deixa de carregar a essência da música brasileira. Muito se deve à feliz combinação entre a jovialidade percussiva do bairro pobre de Peixinhos (PE) com o talento de Pupillo, Catatau, Dengue, Kassin e Lincoln Olivetti. Enfim, mais um disco de Otto em que a entrega e a alma falam mais alto.

(LUCAS NOBILE)

THE MOON 1111

ARTISTA Otto
GRAVADORA Independente
QUANTO R$ 25, em média
AVALIAÇÃO ótimo

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