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Crítica Drama Longa francês enfoca a expectativa da morte sem nenhum apelo à pieguice THALES DE MENEZESEDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA” Depois do sucesso ainda crescente de "Intocáveis", outro filme francês entra em cartaz para demonstrar como a produção atual daquele país parece imune à pieguice. É difícil que alguém leia a sinopse de "Tudo o que Desejamos" e fique muito motivado a ir ao cinema para vê-lo. Claire, uma juíza jovem e liberal, casada e mãe de dois filhos pequenos, descobre que tem um tumor no cérebro que não pode ser operado. Sua expectativa de vida não ultrapassa alguns meses. Motivada pelo caso da mãe de uma colega de escola de sua filha, resolve se dedicar a ajudar pessoas sem recursos que têm dívidas enormes cobradas por ações judiciais. Nessa cruzada contra financeiras e seus juros abusivos, se associa a um juiz veterano, Stéphane. Os dois se aproximam, para que ele ocupe um papel fundamental no curto futuro de Claire. Uma história envolvendo doentes terminais e discussões sobre juros e montante de dívidas não empolgaria muita gente, mas aí entra a direção de Philippe Loiret. Em 2009, o cineasta lançou "Bem-Vindo", sucesso no circuito de arte no Brasil, no qual retratou com sensibilidade a vida de um adolescente curdo vagando na Europa. Em "Tudo o que Desejamos", mais uma vez o importante não é a história, mas a forma como Loiret a conduz. Sua discussão sobre finitude e injustiça é ancorada na beleza delicada de Marie Gillain. Ela é o fio condutor, personagem densa em interpretação contida. Claire não quer despertar compaixão. A atriz consegue esse intento. Seu drama não é para fazer chorar, é para inspirar reflexão. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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