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Drama britânico tem 'Mad Men' na mira

Com vaivém romântico, "Downton Abbey" arrebatou milhões de fãs e quer desbancar os americanos no Emmy

Enredo mistura amor e disputa por herança de família aristocrática do Reino Unido depois do naufrágio do Titanic

GABRIELA MANZINI
EM LONDRES

Depois de colecionar milhões de fãs no Reino Unido e nos Estados Unidos, a série britânica "Downton Abbey" chega hoje ao Emmy com a expectativa de colecionar também estatuetas.

Neste ano, a série foi a segunda colocada em número de indicações, com 16, atrás apenas de "Mad Men", que recebeu 17.

As duas produções disputam, inclusive, o maior prêmio da noite. "Downton" torce para se tornar o carrasco de "Mad Men", que espera fazer história com a quinta vitória consecutiva como melhor série dramática.

O enredo começa em 1912, quando o naufrágio do Titanic mata o herdeiro da fortuna dos Crawley, aristocratas que vivem na propriedade que dá nome à série.

Começa, assim, a pressão da família para que a filha mais velha, Mary, se case com o próximo na linha sucessória, o primo Matthew.

Só que há aversão mútua, pois que ela é uma dama da sociedade, e ele é um advogado de classe média.

O vaivém dos dois dá liga à primeira temporada e segue na segunda, que se passa durante a Primeira Guerra Mundial e deve começar a ser exibida no Brasil em outubro.

(Se você não quer saber o que acontece, pare aqui.)

A terceira temporada, que estreou há uma semana no Reino Unido (sem previsão de estreia no Brasil), começa com os preparativos para o aguardado casamento.

Mas nem a atriz Michelle Dockery, que interpreta Mary, acredita que a cerimônia será o fim do drama.

"Isso é o mais interessante desses personagens. Não pode ser tão fácil quanto se espera", disse em entrevista concedida em Londres da qual a Folha participou.

O episódio do casamento foi visto por uma média de 9 milhões de pessoas no Reino Unido, 36% do total de espectadores. O final da temporada anterior alcançara 10,6 milhões no Reino Unido e 9,4 milhões nos Estados Unidos.

MODA EDUARDIANA

A popularidade da série fez de seu figurino uma influência para coleções de moda nos dois países, apesar de detalhes improváveis, como colarinhos altos e luvas longas.

Em julho, a "Vogue" americana disse que a tendência eduardiana será uma das principais no próximo outono-inverno do hemisfério Norte. Entre os que já embarcaram estão a marca Louis Vuitton e o estilista Marc Jacobs.

Dockery, que concorre ao Emmy de melhor atriz em série dramática, contou ter adorado o processo de criação do vestido de noiva de Mary, que durou seis semanas.

"Estou ansiosa para ver se terá influência sobre as mulheres. Estou certa de que haverá comparações com o casamento do príncipe William com Kate Middleton."

"Eu não sabia nada sobre moda e, por causa da série, estou muito mais interessada. Eu amo ir a desfiles, estive em Milão recentemente. Estou com um senso de estilo mais apurado", conta.

Na terceira temporada, o conflito parece estar centrado no esforço da família britânica monarquista para manter o seu status, a despeito das profundas mudanças trazidas pela guerra.

Os embates envolvem principalmente o chofer irlandês que foge com a filha mais nova; e a milionária avó materna norte-americana interpretada pela veterana Shirley MacLaine ("Se Meu Apartamento Falasse").

"O mundo do campo, no começo do século passado, é um dos cenários mais legítimos para o drama, porque há uma sociedade de classes vivendo, respirando e trabalhando no mesmo lugar", avalia Hugh Bonneville, que concorre a melhor ator em série dramática com o papel do conde de Grantham.

Para Elizabeth McGovern, atriz americana que interpreta a mulher do conde, o choque entre as culturas britânica e americana não só fascina como persiste.

"Embora eu tenha morado muito tempo na Inglaterra, nada nunca põe fim àquele elo com o lugar onde você nasceu. Eu amo a Inglaterra, mas sempre serei uma americana", afirmou. "É incrível ver como a cultura influencia a sua personalidade."

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