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Safra pernambucana confirma boa fase no Festival de Brasília

Filmes 'Era Uma Vez Eu, Verônica' e 'Eles Voltam' dividiram na 2ª o prêmio do júri oficial

RODRIGO SALEM
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Empates na categoria principal são recebidos com caras feias na maioria das premiações. Não foi o que ocorreu na cerimônia de entrega dos troféus Candango, anteontem, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

O anúncio do prêmio de melhor filme do júri oficial dividido entre os pernambucanos "Era Uma Vez Eu, Verônica", de Marcelo Gomes, e "Eles Voltam", de Marcelo Lordello, foi recebido com euforia e passos de frevo -trilha escolhida de forma certeira pela banda do festival.

"Queremos mostrar nosso sotaque, nossas cidades, nossas caras no cinema", conta à Folha Gomes, que ainda faturou mais quatro prêmios principais (melhor filme do júri popular, ator coadjuvante para o paraibano W.J. Solha, roteiro e fotografia para Mauro Pinheiro Jr.).

"Há uma interação grande entre nós. Eu leio o roteiro, outro diretor me indica um ator de que gostou. No Rio e em São Paulo, os cineastas estão isolados pelo tamanho da cidade", crê o diretor.

"Esse festival é o primeiro passo, pois atingimos um público interessado. Mas já pensamos na distribuição alternativa, pela internet", completa o outro vencedor da noite, Marcelo Lordello, cujo longa de R$ 47 mil ainda venceu na categoria de atriz (Maria Luísa Tavares) e atriz coadjuvante (Elayne Moura).

O terceiro pernambucano a levar um dos prêmios principais foi Daniel Aragão, que recebeu o Candango de direção por "Boa Sorte, Meu Amor", um filme em preto e branco. "É como se o prêmio me dissesse: 'Bote para arrombar na próxima vez'. Esse é o caminho'", afirmou.

A camaradagem nordestina só foi incomodada pelos cariocas: a ótima interpretação de Enrique Diaz em "Noite de Reis" lhe valeu o troféu de melhor ator; já "Esse Amor que Nos Consome", de Allan Ribeiro, levou os de direção de arte e montagem.

Os emocionantes (e mineiros) documentários "Elena", de Petra Costa, e "Otto", de Cao Guimarães, confirmaram o favoritismo, dividindo os oitos prêmios destinados ao gênero -quatro para cada um, sendo o primeiro vencedor do júri popular, enquanto o segundo venceu pelo júri.

"O júri popular foi o melhor prêmio que eu poderia ter conseguido", fala Petra, também escolhida a melhor diretora. "Vi como a história emocionou outras pessoas e várias chegaram chorando para conversar comigo. Foi uma experiência sagrada."

O jornalista RODRIGO SALEM viajou a convite do Festival de Brasília

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