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Teatro

Em estreia no teatro, Esmir Filho junta palco, cinema e artes

Diretor do longa "Os Famosos e os Duendes da Morte" se inspirou em experiência com amigos em Berlim

Peça que estreia sábado no MIS, em São Paulo, incorpora imagens captadas ao vivo à narrativa encenada

ALBERTO PEREIRA JR.
DE SÃO PAULO

Esmir Filho, 30, extrapolou a tela de projeção.

Diretor de curtas premiados e de grande repercussão na internet, como "Tapa na Pantera" (2006) -com mais de cinco milhões de visualizações no YouTube-, e do longa-metragem "Os Famosos e os Duendes da Morte" (2009), ele estreia no teatro com "Kollwitzstrasse, 52".

A montagem, que une cinema, teatro e instalação, inicia temporada no Espaço Redondo, no MIS (Museu da Imagem e do Som), aberta ao público a partir de sábado.

Para o diretor, a junção dessas três linguagens teve um caráter lúdico.

"Gosto da palavra peça [de teatro] em inglês, porque 'play' também significa brincar", diz.

E foi a partir dessa "brincadeira" de unir coisas distintas que Esmir criou um espetáculo que chama de "experiência audiovisual".

GUINDASTES EMOCIONAIS

Com roteiro de Esmir Filho e do ator Ismael Caneppele, "Kollwitzstrasse, 52" se baseia na vivência de três amigos -Caneppele, Esmir e a pesquisadora Marta Machado-, durante o inverno de 2009 em Berlim.

O título faz referência ao endereço em que os três moraram juntos por três meses.

"Berlim é uma cidade livre, em eterna reconstrução. Os guindastes nas ruas são os guindastes emocionais das pessoas. Uma capital que já foi duas, que vão se fundindo. Muitos artistas na faixa dos 30 anos estão se mudando para lá. Fomos atrás dessa experiência", conta.

Munidos de câmeras portáteis, os três registraram momentos da viagem, além de protagonizarem pequenas encenações pela cidade.

Incorporadas ao enredo, essas gravações são exibidas em um telão que se integra ao cenário. A elas se misturam imagens captadas ao vivo a partir de câmeras comandadas pelos atores Ernesto Filho, que interpreta Esmir Filho, e pelo próprio Caneppele, que interpreta o papel de si mesmo.

A edição das imagens gravadas e daquelas captadas em tempo real é realizada ao vivo por Esmir Filho, que também se insere no ambiente cênico.

Desta forma, Filho cria uma segunda narrativa nas telas que compõem o cenário, que foi concebido por Marcelo Escañuela como uma instalação artística.

O elenco protagonista se completa com a atriz Julia Feldens, que interpreta a pesquisadora Marta Machado.

A peça marca o retorno de Feldens aos palcos, após hiato de 13 anos, nos quais atuou na novela "Laços de Família" (2000) e na minissérie "Um Só Coração" (2004), ambas da Globo.

"Kollwitzstrasse, 52" tem ainda a participação da atriz mexicana Inés Efron, que atuou nos aclamados filmes argentinos "XXY" (2007) e "Medianeras" (2011), da alemã Juliane Elting (do longa "A Via Láctea", 2007) e do artista plástico alemão Daniel Beerstecher.

LEGENDADO

Com texto em quatro idiomas, a peça faz uso de legendas em português.

"O espetáculo trata de pessoas da mesma geração vivendo juntas num espaço em que as línguas se misturam; um espaço sem tempo, uma espécie de não lugar. Não é mais Berlim nem São Paulo", explica Esmir.

Tendo à mão um aparato amplo de representação artística, no palco e nos vídeos, o diretor recorreu à dramaturgia como uma espécie de linha para costurar a trama, que não deve acabar por aí.

Quase inteiramente filmado, o processo de elaboração da peça e de caracterização dos personagens, os dois meses de ensaios e as apresentações devem se tornar um novo filme do diretor.

KOLLWITZSTRASSE, 52 - ESPETÁCULO
QUANDO de qui. a sáb., às 21h; e dom., às 20h; de 29/9 à 18/11
ONDE Espaço Redondo, do MIS - Museu da Imagem e do Som (av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 0/xx/11 2117-4777)
QUANTO R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 16 anos

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