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Festival do Rio 2012

Kylie Minogue é aeromoça em crise em filme francês

Cantora pop protagoniza longa de Leos Carax exibido hoje na mostra carioca

Indicada ao diretor pela colega Claire Denis, australiana teve de fazer teste para atuar em "Holy Motors"

RODRIGO SALEM
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Aos 12 anos, Kylie Minogue já fazia séries na TV australiana. Aos 20, já estava descobrindo sua verdadeira vocação: cantora pop. A pulga da atuação, no entanto, não a abandonou.

Apesar de ter vendido 60 milhões de discos e liderado turnês mundiais disputadas, a popstar sempre tentou emplacar um papel no cinema. Não que tenha ajudado protagonizar a bomba "Street Fighter - A Última Batalha" (1994), adaptação do game de sucesso, com Jean-Claude Van Damme.

A experiência serviu de lição. Hoje, Minogue escolhe a dedo suas atuações dramáticas, culminando no papel em "Holy Motors", do francês Leos Carax, que tem première no Brasil hoje no Festival do Rio e estreia em 12 de outubro no circuito de arte.

"Eu me senti como uma adolescente nas filmagens, despida de todos os mecanismos que cercam minha vida de cantora", diz Minogue, que foi indicada a Carax por uma amiga em comum, a diretora francesa Claire Denis.

"O mundo pop pode ser bem superficial, então atuar neste filme foi entender que pode existir algo bonito e desafiante ao mesmo tempo."

Desafiante é a palavra. Não apenas porque o estilo surreal de Carax é de difícil digestão -a trama do filme gira em torno de um homem (Denis Lavant, ótimo) que viaja por diversas identidades. Mas Minogue precisou batalhar para conseguir o papel.

"Eu precisei fazer teste de elenco e eu morro de medo disso", confessa a australiana. "Leos não sabia nada sobre mim, a não ser que eu tinha feito um dueto com Nick Cave [o hit dark 'Where the Wild Roses Grow']. Ele deu um salto no escuro comigo."

O salto não foi tão sem planejamento assim. Carax escreveu a personagem da aeromoça em crise em Paris com uma cena musical no meio, composta pelo cineasta e por Neil Hannon, líder do grupo The Divine Comedy.

"Foi estranho, porque eu estava mais confiante para cantar do que em pronunciar diálogos em francês", lembra Minogue. "Mas quando precisei cantar no meio do filme, ficou mais esquisito ainda."

Esquisitice é a marca do francês Carax, que não filmava há 13 anos -desde "Pola X". Nem mesmo sua atriz, que viu o longa pela primeira vez em Cannes, compreendeu direito a trama.

"Preciso ver novamente para entender o significado completo da obra. Mas fiquei abobada com sua beleza", admite Minogue. "Há nele momentos sombrios, mas sublimes", diz a atriz.

HOLY MOTORS
DIREÇÃO Leos Carax
PRODUÇÃO França, 2012
QUANDO hoje, às 19h15
ONDE Odeon Petrobras (pça. Floriano, 7; tel. 0/xx/21/2240-1093)
CLASSIFICAÇÃO 16 anos

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