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Frankfurt vê novas alternativas digitais

64ª edição da maior feira editorial do mundo aborda fenômenos recentes como "crowdfunding" e autopublicação

Evento começa na quarta-feira e celebra a Nova Zelândia; Brasil será o homenageado do ano que vem

RAQUEL COZER
COLUNISTA DA FOLHA

Um concurso da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, selecionará cinco projetos narrativos inscritos em sites de financiamento coletivo. O prêmio será divulgado no evento, o que "garantirá máxima visibilidade -e, se tudo der certo, financiamento para seu projeto dos sonhos".

Sinal dos tempos: o debate sobre o livro digital, presente nos anos anteriores no maior evento editorial do mundo, era só a ponta de um iceberg cujas peculiaridades são destrinchadas na 64º edição, que começa na quarta.

Natural que seja assim num ano em que o maior fenômeno de vendas é a trilogia erótica "Cinquenta Tons", lançada de forma independente na web antes de encher os olhos e as contas bancárias de editores pelo mundo.

Temas como "crowdfunding" (financiamento coletivo via web), autopublicação, digitalização e "crossmedia" (cruzamento de mídias) ocupam boa parte dos 3.200 eventos que ocorrem até domingo, envolvendo profissionais de quase 7.800 empresas -apenas o último dia é aberto ao público geral.

A Feira de Frankfurt é focada no mercado, mas há espaço para a literatura, em especial no chamado Sofá Azul, que receberá nomes como a Nobel romeno-alemã Herta Müller, o americano Richard Ford e o neozelandês Lloyd Jones -embora seja provável que o ator Arnold Schwarzenegger, que lança biografia, cause mais burburinho.

Diferentemente da Feira do Livro de Londres, em abril deste ano, que teve como grande assunto o leilão por "The Casual Vacancy", de J.K. Rowling, a de Frankfurt começa sem destaque para títulos específicos.

Mas um ponto é consenso entre editores: não vai faltar editora tentando emplacar eróticos, inclusive títulos antigos e antes ignorados, na esteira de "Cinquenta Tons".

CONVIDADO DE HONRA

Mais de 300 eventos e quase 70 autores, entre eles Lloyd Jones, Alan Duff e Paul Cleave, representam a Nova Zelândia, convidada de honra deste ano em Frankfurt.

O país escolheu o slogan "Enquanto você dormia" para brincar com o fato de ser um dos primeiros no mundo a ver os dias nascerem -e como quem diz: há muito acontecendo por aqui, e vocês ainda nem acordaram para isso.

Por ora, a produção neozelandesa não chamou mesmo a atenção de editores do Brasil, mais preocupados com a preparação para sua vez como país convidado, em 2013.

Editoras daqui dizem não ter comprado nenhum título neozelandês em decorrência da distinção deste ano. Mas esperam que a homenagem em 2013 chame a atenção de estrangeiros para seus catálogos.

O país desembarca em Frankfurt com nove autores, incluindo Milton Hatoum, Cristovão Tezza e João Paulo Cuenca, com viagem paga pelo MinC. Em 2011, foram três.

A meta da Fundação Biblioteca Nacional de atrair interesse tem sido estimulada pelo programa de tradução de autores brasileiros no exterior, lançado em 2011, que já ofereceu 141 bolsas a editoras estrangeiras, ante 178 concedidas de 1991 a 2010.

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