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Longa cobre vida londrina no século 20

"Londres, Babilônia Moderna", filme-colagem de Julien Temple, é destaque de quinta que vem no Festival do Rio

Autor de documentários musicais célebres une imagens de arquivo e trilha sonora em sua narrativa sobre a cidade

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO

Na teoria, parece uma moleza: fazer um documentário sobre Londres, com total financiamento e liberdade criativa, além de acesso a décadas de material de arquivo.

Mas quando o diretor Julien Temple apresentou o resultado dessa empreitada -seu longa "Londres, Babilônia Moderna"- à plateia do Festival do Rio, suas primeiras palavras foram para dizer quão sofrido fora o trabalho.

"Fazer filmes com imagens de arquivo é mais perigoso do que ser dublê", disse o inglês na última terça, não sem humor. "São tantas as possibilidades e as escolhas que isso mexe com sua cabeça."

Tendo a seu dispor mais de um século de imagens e sons dessa que é uma das cidades mais filmadas, fotografadas e gravadas do mundo, o diretor penou para amarrar numa narrativa coesa a história da cidade, de seus habitantes e de suas transformações.

Seu plano foi não ter um plano. "Tentei não planejar muito, porque a verdadeira mágica é fazer com que os arquivos indiquem o caminho a seguir, em vez de fazer um tratado sobre a cidade", disse ele à Folha. "É um processo muito lento e doloroso, são meses em frente a uma tela."

Fazendo jus a sua fama de diretor de documentários musicais célebres, como "The Filth and the Fury" (2000), sobre o Sex Pistols, Temple usa a trilha sonora (pop,

rock, reggae, punk) praticamente como um narrador em seu novo longa (128 minutos).

Como o próprio título do filme indica, o diretor estava particularmente interessado na variedade cultural e étnica de Londres.

"Fiz o filme para as pessoas que vêm de todo o mundo para se tornarem londrinas. Queria que soubessem de sua importância para a cidade."

Após a breve passagem pelo Rio para apresentar o filme, o diretor planeja voltar em novembro para retomar um projeto já iniciado: "Children of the Revolution", documentário sobre as transformações culturais, políticas e sociais no Brasil e, em particular, na capital fluminense.

"Tenho ouvido muita música brasileira e encontrado com pessoas. Quero que seja como uma viagem no tempo, mostrando o Rio mudando como um organismo, como uma planta tropical."

LONDRES, BABILÔNIA MODERNA

DIREÇÃO Julien Temple
QUANDO quinta (11/10), à 0h, no Estação Sesc Botafogo 1 (r. Voluntários da Pátria, 88, Rio, tel.: 0/xx/21/2226-1988)
QUANTO R$ 18
CLASSIFICAÇÃO 14 anos

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