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Poeta deixou os sentimentos em segundo plano

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LISBOA

Ofélia Queiroz não queria se tornar "um estorvo" para seu grande amor, queria proporcionar a Fernando Pessoa "uma vida alegre, toda de carinho e felicidade" para que ele pudesse se dedicar à sua vida de literatura.

Foi isto que ela escreveu em uma carta de 30 de setembro de 1929, depois de o poeta, no dia anterior, lhe ter enviado uma carta em que explicava que para realizar a sua obra literária precisava de sossego e de um certo isolamento.

Ainda que tudo o mais na vida de Pessoa tivesse, para ele, interesse secundário, Manuela Parreira da Silva, que desde 1987 estuda o espólio do escritor, considera que a leitura sequencial da correspondência entre os dois evidencia menos platonismo que se imaginava.

"É preciso que todos, que lidam comigo, se convençam de que sou assim, e que exigir-me os sentimentos, aliás dignos, de um homem vulgar e banal, é como exigir-me que tenha olhos azuis e cabelo louro", escreve Pessoa.

Mais à frente assegura à amada que gosta "mesmo muito da Ofelinha" e que, se um dia viesse a se casar, seria com ela.

De fato, Fernando Pessoa nunca se casou. (IC)

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