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Tsunami sul-coreano

Cinema do país está em alta, com prêmios em festivais, remakes nos EUA e 3 filmes na Mostra

Divulgação
Cena da animação "Padak", em exibição na Mostra
Cena da animação "Padak", em exibição na Mostra

RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

A Coreia do Sul é o país da moda. Não apenas por causa do fenômeno Psy, rapper que transformou o vídeo de "Gagnam Style" no fenômeno do YouTube, com mais de 475 milhões de visualizações.

A relevância da cultura sul-coreana é cada vez mais evidente também no cinema.

Em Cannes, "O Gosto do Dinheiro", de Sang-Soo Im, e "In Another Country", de Sang-Soo Hong, ambos do país, foram os únicos orientais na disputa pela Palma de Ouro.

No Festival de Veneza, veio a vitória. "Pietà", do controverso Kim Ki-Duk, ganhou o Leão de Ouro. Foi a primeira produção do país a arrebatar um prêmio máximo em um dos grandes festivais.

"O cinema coreano está crescendo, mas ainda fazemos com muita paixão e teimosia", afirma Ki-Duk, considerado um cineasta alternativo em seu país natal.

"O prêmio é importante para que exibidores na Coreia abram suas portas", acrescenta o diretor.

A reclamação surge porque as grandes corporações, chamadas de "chaebol", controlam os cinemas no país -três companhias são donas de 83% das salas e a preferência é por filmes americanos.

EXPORTAÇÃO

Mas, no início deste ano, a aventura "The Thieves" tornou-se o filme coreano mais visto da história, rendendo mais de US$ 84 milhões (aproximadamente R$ 170 milhões).

O longa também vem rompendo a barreira do mercado americano, onde estreou timidamente há duas semanas.

Apesar da onda cultural coreana, ou "hallyu", ter começado nos anos 1990, foi só no ano passado que um grande estúdio americano, no caso a Fox, investiu diretamente em um longa coreano.

A parceria ocorreu com a comédia "The Last Godfather", de Shim Hyung-rae.

O cinema de gênero coreano é o que está atraindo mais a atenção de Hollywood.

Chan-Wook Park, diretor do violento "Oldboy" (2003), está filmando nos EUA. O sul-coreano prepara para o ano que vem o thriller "Stoker", que será protagonizado por Nicole Kidman.

A Moho Films, produtora de Park, também está por trás de "Snowpierce", adaptação americana da HQ francesa "Le Transperceneige" dirigida pelo conterrâneo Bong Joon-ho ("O Hospedeiro").

O próprio "Oldboy" está sendo refeito pelo cineasta americano Spike Lee ("Faça a Coisa Certa").

DIFUSÃO DE MARCAS

A ascensão internacional do cinema sul-coreano tem também um propósito mercadológico. Com a cultura coreana difundida pelo mundo, marcas do país, como a Samsung, se tornariam ainda mais confiáveis no Ocidente.

"Quando os estrangeiros consomem K-pop [a música pop coreana], dramas e cozinha coreanos, eles acham a Coreia mais atraente e têm uma impressão mais favorável dos nossos produtos", acredita o embaixador Young Sam Ma, do Ministério das Relações Exteriores coreano.

"A Coreia do Sul teve um desenvolvimento econômico rápido e isso nos tornou mais competitivos, gerando um grande estresse. Isso influencia nossos artistas", acredita o diretor da animação "Padak", Lee Dae Hee.

O filme, uma espécie de "Procurando Nemo" (2003) coreano, está na programação da Mostra Internacional de Cinema de de São Paulo.

Além dele, dois longas coreanos fazem parte do evento: "Barbie", de Lee Sang-Woo, um drama sobre duas irmãs brigando para serem adotadas por um americano; e o documentário "Mother", dirigido por Tae Jun Seek.

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