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Novo filme de Anna Muylaert une crime e descoberta pessoal

'Chamada a Cobrar', terceiro longa da diretora, adapta telefilme exibido em 2010

TRAJANO PONTES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tem exibição hoje na 36ª Mostra de SP "Chamada a Cobrar", terceiro longa dirigido por Anna Muylaert. O filme deriva do média-metragem "Para Aceitá-la Continue na Linha", de 2010.

O "road movie" acompanha um dia de desventura de Clara (Bete Dorgam), senhora de classe média alta, mãe controladora de três filhas que já saíram de casa. Ela leva uma vida solitária com o cão e a empregada, a quem trata com distanciamento.

Numa manhã modorrenta, ela recebe a tal chamada a cobrar de um presidiário (Pierre Santos, escolhido pela diretora ao telefone, num teste em que ele simulou um trote real) e se torna parte de um falso sequestro.

Acreditando que sua filha Cristina (Maria Manoella) estivesse com o bandido, ela cai na estrada rumo ao suposto cativeiro, no Rio.

Boa parte do filme acompanha a jornada de Clarinha ao volante, sempre ao celular com o bandido. Partindo de ameaças, a conversa voa alto para conflitos de classes, rivalidade Rio-São Paulo e vida íntima. Isso é proposital.

Segundo a diretora (e roteirista), as falas foram criadas pelos atores. "Sempre gosto de ensaiar as cenas improvisadamente. Nesse caso, como era digital, pude levar para a montagem", diz.

Motorista e bandido nem sempre estão em posições diametralmente opostas. Surge uma relação de quase amizade e o tom da conversa fica mais ameno.

Ao final de sua viagem, ela obviamente não acha sua filha, mas reencontra um significado para a maternidade, talvez devido a um evento inesperado em que se vê envolvida no Rio, forte o suficiente para acordá-la do transe quase hipnótico em que esteve durante a jornada.

Acorda, talvez, para uma nova vida. "No caminho, ela recupera um pouco a visibilidade das filhas, com quem mal falava", nota a diretora.

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