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Paulo Emilio Salles Gomes é homenageado em antologia

Volume reúne textos e depoimentos sobre o crítico de cinema

DE SÃO PAULO

"O pior filme brasileiro é melhor que o melhor filme estrangeiro". O suposto autor dessa frase nunca a registrou nesses termos em seus escritos; mas diversas testemunhas afirmam tê-la ouvido, com variações, de sua boca.

A frase controversa é relembrada, ao lado de outras histórias, em "Paulo Emilio Salles Gomes - O Homem Que Amava o Cinema e Nós Que o Amávamos Tanto", lançado na última sexta na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

O livro é uma homenagem a uma vida intensa e curta. O crítico de cinema paulistano, militante político e professor morreu aos 60 anos, em 1977.

Compilando artigos, entrevistas e depoimentos, a obra relembra sua importância para o cinema.

Salles Gomes participou da criação do Festival de Brasília, da Cinemateca Brasileira e do curso de cinema da UnB (Universidade de Brasília). Também deu aulas na USP (Universidade de São Paulo) e escreveu livros e ensaios.

Concebida não para a venda, mas para distribuição gratuita a cinematecas e escolas de cinema, entre outras instituições de acesso público, a obra, organizada pela jornalista Maria do Rosário Caetano para a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, reúne uma vasta lista de contribuições.

Além de Lygia Fagundes Telles, com quem o crítico era casado, e do amigo Antonio Candido -ao lado de quem fundou e editou a revista "Clima", que mudou os rumos da crítica no Brasil nos anos 1940-, estão ali cineastas, professores, críticos, jornalistas e ex-alunos, como Carlos Augusto Calil, Cacá Diegues, e Fernando Meirelles.

Em entrevista à Folha, Maria do Rosário destacou que o livro registra "a memória afetiva de quem conviveu com ele, seu bom humor".

Citando um dos artigos, a organizadora recorda que Salles Gomes dirigiu um documentário, hoje perdido: "É pouco conhecido, de 1943, sobre nordestinos que foram à Amazônia trabalhar na borracha. Ele foi, sim, cineasta!", diz. Nem precisava.

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