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Paulinho da Viola celebra 70 anos com shows no Brasil e nos EUA

Cantor e compositor se apresenta em Madureira, no Rio, e no Carnegie Hall, em Nova York

Sambista portelense também terá discos reunidos em uma caixa e prevê lançamento de DVD que registra shows

LUCAS NOBILE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na carreira de Paulinho da Viola, o refinamento do choro vai ao encontro da pureza do samba em sua forma mais genuína de criação.

A combinação vem de longe. É fruto do convívio dele com nomes como César Faria (seu pai e violonista do conjunto Época de Ouro, de Jacob do Bandolim), Radamés Gnattali, Pixinguinha, Cartola, Zé Keti, Nelson Cavaquinho e outros compositores da Velha Guarda da Portela.

Cercado por esse, digamos, aparato musical, ele largou o trabalho em um banco no fim dos anos 1960. Tornou-se parceiro de Hermínio Bello de Carvalho, de Elton Medeiros e de outros grandes letristas.

Compôs sambas antológicos, escreveu seu nome na história da música brasileira e amanhã completa 70 anos.

Em um ano de tímidas celebrações aos setentões de 2012 -como Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Clara Nunes, Jorge Benjor etc.-, as festividades relativas ao aniversário de Paulinho estão à sua altura.

A primeira delas acontecerá no próximo dia 17, quando o compositor, cantor e músico fará um show gratuito para 10 mil pessoas em Madureira, bairro do subúrbio do Rio e berço da Portela, escola de coração de Paulinho da Viola, com participação da Velha Guarda da agremiação.

No dia 28, ele embarcará para Nova York, para se apresentar no Carnegie Hall.

Em 2012, também se completam dez anos do lançamento do disco "A Música de Paulinho da Viola", que projetou a carreira da cantora Teresa Cristina ao lado do Grupo Semente. Em comemoração, Teresa toca o repertório deste álbum nos dias 7 e 8/12 no Rio e deve se apresentar em São Paulo em 2013.

Ano que vem, Paulinho também estreará uma nova turnê, sem saber ainda se mostrará músicas inéditas.

"Eu tenho algumas novas, mas não vou gravar agora. Nós temos o registro de dois shows que foram gravados no teatro Fecap, que podem virar um DVD", conta.

RELANÇAMENTOS

Também para 2013, a gravadora EMI prepara o lançamento de uma caixa especial com os seus discos.

O box, que vai reunir 11 CDs do artista, tem curadoria do jornalista e produtor Vagner Fernandes, também organizador do Timoneiros da Viola, bloco carnavalesco criado em homenagem a Paulinho e a outros ícones do samba.

"A caixa terá um volume com registros que saíram em discos separados, coletâneas ou em homenagens a outros artistas", diz Fernandes.

MEU TEMPO É HOJE

O auge da produção de Paulinho da Viola se deu na década de 1970, quando ele chegou a lançar pelo menos um disco por ano.

Daquela época, há álbuns clássicos como "Foi um Rio que Passou em Minha Vida", "A Dança da Solidão", "Nervos de Aço", "Paulinho da Viola", "Memórias Cantando" e "Memórias Chorando".

Nos anos 1980, fez shows no Brasil e no exterior e lançou discos, mesmo sem tocar muito nas rádios.

"Na década de 1980, no Rio, você ligava nas rádios e quase não ouvia MPB. Em 1984, falei para o André

Midani [da Warner] que eu não devia gravar. Ele concordou. Tinha jornal que ditava os modismos."

Hoje, ele compreende o cenário "muito diferente", com as pessoas gravando em casa e "jogando na internet". Nem por isso, acha que a música não tenha qualidade.

"Eu recebo muitos discos. Tem muita gente boa. Outro dia ouvi um cavaquinista bom para caramba, Julião Boêmio, de Curitiba. E a Elenira Ribeiro, de Santos, com sambas lindíssimos", elogia. "A Lapa [no Rio] hoje tem de tudo. É isso mesmo. Sempre pinta gente nova trazendo experimentações, não tenho o que lamentar."


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