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Comunidade boliviana aprova capítulo, mas não sem ressalvas

Para imigrantes, há tropeços na caracterização de personagens

DE SÃO PAULO

Vítima de bullying na escola, um menino (Santiago Alejandro Lima) tem dificuldades em se comunicar em casa com sua mãe (Sandy Grace Molina).

Ela, por sua vez, trabalha sem parar e enfrenta problemas conjugais.

Ambientada em uma comunidade boliviana, a história acima é o pano de fundo do episódio de estreia da minissérie "Destino: São Paulo", que vai ao ar hoje.

Intitulado "Dia de Independência", o capítulo mostra a rotina de bolivianos que trabalham em confecções instaladas em casarões antigos, na região central de São Paulo, espaço em que muitos também residem.

A pedido da Folha, um grupo de 15 imigrantes bolivianos assistiu à produção no último dia 17, no Centro de Apoio ao Migrante (Cami), na capital paulista.

A representação da comunidade emocionou boa parte dos presentes.

"Realmente trabalhamos muitas horas. Já chegou o momento de reduzir essa jornada. Somos artesãos", diz Marcos Sermino.

"Há muito bullying nas escolas contra os jovens bolivianos. Mas, como qualquer um, precisamos estudar. Como os coreanos e os judeus conseguiram prosperar? Eles aprenderam o português. Esse é o segredo", aponta Marcos Ladenia.

"O programa mostra uma realidade. Alguns bolivianos exploram outros, mas falta mostrar a verdadeira causa disso: a terceirização. É uma política que vem das grandes casas comerciais, vem de cima", diz Johnny Oliveira.

A webdesigner Jobana Moya enxergou no episódio um libelo contra o machismo, que, segundo ela, é forte na comunidade. "Dá uma saída, mostra que a mulher pode prosperar sozinha, sem depender do homem."

Dois pontos, no entanto, foram apontados como incoerentes em "Dia da Independência": a intriga que envolve o confisco de passaportes -um boliviano toma os documentos dos conterrâneos, obrigando-os a trabalhar até pagar uma dívida- e a roupa típica apresentada no fim do capítulo.

"Por conta do Mercosul, não precisamos mais do passaporte para vir ao Brasil", diz Leo Ramirez.

"A roupa e o cabelo solto mostrados no episódio têm características mais peruanas do que bolivianas", afirma Jobana Moya.


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