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Projeto filma balé acidental com o crack

Bailarinas dizem que não se intimidaram com a presença de usuários, que se aproximaram e dançaram com elas

Grafiteiro Zezão conta que alugou imóvel na região da Luz e contratou usuário de crack como assistente

DE SÃO PAULO

Assim como a peça "Piratas de Galocha", outros projetos na cracolândia buscam aproximar-se do cenário estabelecido na região, bem como da população local, usuários de crack incluídos.

Sem se intimidar com a presença de meninos que fumavam em pequenos cachimbos, Sissi Betina e Kalisy Cabeda, do grupo de dança Coletivo Âmago, escolheram o interior de um túnel no centro para uma intervenção.

Já era madrugada, o túnel estava vazio, e ali as duas bailarinas começaram a dançar, num improviso. A experiência lhes rendeu "um momento único", diz Betina.

Um dos meninos que usavam crack estranhou a "invasão". "Ele estava agitado", diz Betina. Mas o outro, ao compreender que se tratava de um balé ao ar livre, começou a dançar em sincronia com as duas artistas.

"Quando todos começaram a dançar, o primeiro garoto se acalmou também", conta.

Tudo isso foi registrado pelo videomaker Daniel Eizirik e pode ser visto no YouTube.

Em maio, a arquiteta Nana Maiolini também filmou na região da Luz ação performática das bailarinas Luiza Cardinalli, Luiza Moraes, Adriana Nunes e Anna Luiza.

O projeto foi concebido "como comentário irônico diante de um espaço em demolição em um lugar povoado por evidentes conflitos humanos", diz Maiolini.

Com o título "Buracos Negros", o curta que registra a ação será levado em março de 2013 a uma exposição coletiva no Museu de Arte do Rio de Janeiro.

Um dos grafiteiros mais valorizados da atualidade, o Zezão, conhecido por pintar as paredes da rede de esgoto da cidade, alugou um imóvel na Luz para seu ateliê.

Ele grafita na região desde os anos 1990 e conta que contratou um usuário de crack, que conheceu no bairro, como assistente. "Ele se chama Índio e tem comportamento exemplar", conta o artista. (GUSTAVO FIORATTI)


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