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CRÍTICA

Vulgar não vira arma para preciosidade em 'Pernas pro Ar'

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não há nada de estranho no sucesso de "De Pernas pro Ar" (TC Premium, 22h, 14 anos): a vulgaridade em geral triunfa mesmo.

Mas há vulgaridades aceitáveis ou, antes, situações em que se acena com o vulgar para contrabandear algum tipo de preciosidade (cinematográfica, é claro).

No filme, uma mulher que trabalha duro é largada pelo marido e despedida. Uma vizinha, dona de uma sex shop, vai ensiná-la a trabalhar com prazer e não depender mais dos homens.

Ou seja, após relutar um pouco, ela irá trabalhar ali, descobrirá que pode ganhar dinheiro com isso e, mais, que coelhos de pelúcia são mais excitantes do que parceiros de carne e osso.

Com esse tipo de argumento era possível -mas improvável- que se chegasse a algo, caso o diretor soubesse ao menos enquadrar.

Num desses casos em que a forma e o fundo se adequam à perfeição, a banalidade de um coincide inteiramente com a inanição da outra.

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