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Crítica música

Baby revisita seu passado em show enérgico

"Cósmica", "Telúrica" e "Todo Dia Era Dia de Índio" foram destaque em noite marcada pela memória afetiva

O item mais valioso na arte é a personalidade, e Baby tem de sobra. Se voltar a criar, há chances de ser ótimo

RONALDO EVANGELISTA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Baby perguntou: "Devo?". Deus respondeu: "Vai, Baby". A dúvida era se deveria aceitar o convite de seu filho,

Pedro Baby, para lançar um novo show com seus maiores sucessos seculares.

Hoje pastora, Baby do Brasil é evangélica desde o final dos anos 1990.

"Deus é muito louco, ele falou que não ia ter música gospel", contou ao palco, na noite de domingo, na passagem do show "Baby Sucessos" por São Paulo.

Baby diz que percebeu que desde sempre esteve ligada à espiritualidade e que até suas músicas mais pop de alguma maneira abordam o tema.

Com banda liderada pelo filho guitarrista Pedro Baby, ela cantou acompanhada de oito músicos: duas percussões, dois sopros, bateria, baixo, guitarra e teclados.

Os arranjos soaram bem ensaiados, cheios de convenções e seguindo as gravações originais, sem inventar muito, tudo no esquema bailão de sucessos.

A voz estava tinindo, trincando como quando Baby tinha 20 anos. Preservada, interpretação apurada e cheia de energia, como ela própria.

Baby surgiu magra, com joias e roxa, com o mesmo figurino usado nos outros shows da turnê (o que facilita a edição em vídeo depois), com cabelo e saia combinando o tom púrpura.

"Cósmica", "Todo Dia Era Dia de Índio", "Sem Pecado e sem Juízo" e "Telúrica" foram momentos da carreira solo revistos de maneira especialmente alegre durante as duas horas de show.

Em "Menino do Rio", o animado público fez coro e a ajudou a cantar. Em alguns momentos, Pedro Baby assumia a voz principal ao microfone. Em outros, mãe e filho dançaram juntos no palco.

A certa altura, as luzes se acendem, Pedro Baby dedica o show e pede salva de palmas para Gal Costa, presente na plateia e "como se fosse uma mãe pra mim".

Pelo espaço semicheio do HSBC Brasil circulavam convidados como Marília Gabriela, Dudu Bertholini, Fernanda Young, Antonio Peticov e Tulipa Ruiz.

A maioria das composições vinha direto do período 1978-1985 da discografia de Baby, mas surgiram também músicas da época dos Novos Baianos, como "A Menina Dança".

Houve, ainda, canções que não eram originalmente cantadas por ela, como "Acabou Chorare" (gravada em disco por Moraes Moreira) e "Mistério do Planeta" (então cantada por Paulinho Boca).

O fim da apresentação, no segundo bis, foi com a divertida "Barrados na Disneylândia", de 1984, composta depois de, em viagem aos EUA, ela e Pepeu Gomes terem sofrido o que diz o título da canção. Memória afetiva ativada amplamente na plateia, como em todo o show.

O item mais valioso na arte é a personalidade, e Baby tem de sobra. Se voltar a criar dentro do universo secular, além de lembrar seu passado, há grandes chances de vir a ser ótimo. Pode rolar, se Deus quiser.

BABY SUCESSOS
AVALIAÇÃO bom


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