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Teatro

Walderez de Barros volta à cena em tragédia

Há sete anos afastada do teatro, atriz interpreta o personagem-título do espetáculo "Hécuba", de Eurípides

Dirigida por Gabriel Villela, peça estreia amanhã em SP; trama grega denuncia os horrores da guerra

GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO
Lenise Pinheiro/Folhapress
Atriz Walderez de Barros em cena da tragédia grega "Hécuba", que estreia amanhã em São Paulo
Atriz Walderez de Barros em cena da tragédia grega "Hécuba", que estreia amanhã em São Paulo

Gabriel Villela havia planejado encenar "Hécuba", tragédia grega de Eurípides que estreia amanhã em São Paulo, apenas com intérpretes masculinos. Queria seguir tradições -na Grécia Antiga, a atuação era atividade exclusiva dos homens.

O diretor jogou seus planos pelos ares quando soube da disponibilidade de Walderez de Barros para viver o personagem-título.

Ele considerou ser mais importante ter no palco a potência trágica dessa atriz consagrada nos palcos e na televisão, que há sete anos estava afastada do teatro. "Ela é uma das poucas intérpretes trágicas do Brasil. Sua voz jamais cai no dramático", diz.

Composta por Eurípides entre 425 a.C. e 424 a.C., a trama retrata a desumanização de Hécuba. Com a queda de Troia, conquistada e arrasada pelos gregos, ela perde o posto de rainha e torna-se escrava. Precisa, então, arrumar forças para vingar a morte de dois de seus filhos, Polixena e Polidoro.

Por fim, sem vínculos familiares, políticos ou sociais, perde a civilidade e se metamorfoseia em cadela.

"Além de representar uma mãe que perde seus filhos de maneira brutal, o infortúnio de Hécuba aparece como consequência dos horrores da guerra", afirma Walderez, que foi casada por 21 anos com o dramaturgo Plínio Marcos (1935-1999), atuou em diversas de suas obras e também tem múltiplas tragédias gregas no extenso currículo.

INFLUÊNCIAS

Villela pinta seu espetáculo com tons fortes. "Quis trazer a policromia para confrontar a tragédia da ausência de cor gerada pela influência das duas Grandes Guerras", explica ele.

"Hécuba" traz uma sobreposição de influências e culturas. O candomblé norteou a movimentação do coro. As máscaras, utilizadas para amplificação das expressões, foram criadas pelo artesão Shicó do Mamulengo, de Natal (RN). Já os desenhos dos cajados têm como inspiração a cultura andina.

Também as músicas cantadas pelos atores, todas em uma língua inventada, têm como ponto de partida o repertório do compositor bósnio Goran Bregovic.

HÉCUBA

QUANDO sex., às 21h30; sáb., às 21h; dom., às 20h; até 18/12

ONDE teatro Vivo (av. Dr. Chucri Zaidan, 860; tel. 0/xx/11/7420-1520)

QUANTO de R$ 40 a R$ 60

CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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