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Cinema

Holanda celebra documentário brasileiro

Festival em Amsterdã exibe amostra da produção nacional com filmes de João Moreira Salles e José Padilha

Eduardo Coutinho é tema de retrospectiva; sua obra mais recente compete com longa do alemão Werner Herzog

GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO

Em novos rumos para a história, o Brasil invade a Holanda. Se, no século 17, pintores como Frans Post vieram retratar a paisagem nacional, nesta semana é a vez de os documentaristas brasileiros aportarem em Amsterdã.
Eduardo Coutinho, Marcelo Masagão e João Moreira Salles, entre outros, desembarcam por lá para mostrar as possíveis novas caras do país, os novos olhares.
O cinema documental brasileiro feito nos últimos dez anos é o centro de uma mostra temática do IDFA (International Documentary Film Festival Amsterdam), que inaugurou anteontem sua 24ª edição. Até 27 de novembro, serão exibidos 13 longas e seis curtas na seção intitulada Paradocs do Brasil.
A seleção inclui "Uma Noite em 67", de Ricardo Calil e Renato Terra, que obteve bom público por aqui ao lembrar a final do Festival de Música Popular Brasileira da Record.
Exibe também o emblemático "Ônibus 174", de José Padilha -o diretor não estará presente, ocupado com a estreia de "Tropa de Elite 2" nos EUA e com a produção do novo "Robocop", mas fala com o público via Skype.
"O Brasil se tornou um centro de produção relevante, com uma linguagem própria e estimulante", sugere Ally Derks, diretora do festival, em entrevista por telefone.
A partir de um interesse pela diversidade do que é produzido, ela programou debates, convidou brasileiros para o júri e montou uma retrospectiva de filmes de Eduardo Coutinho, com "Santo Forte", "Edifício Master", "Peões" e "Jogo de Cena".
O recente "As Canções" está na mostra competitiva, com "Into the Abyss" (para dentro do abismo), de Werner Herzog, e "Letters from Iran" (cartas do Irã), de Manon Loizeau, entre outros.

INTERCÂMBIOS
O contato entre o festival e o Brasil é antigo. Faz mais de dez anos que Derks frequenta o É Tudo Verdade a fim de se aproximar da produção brasileira e latino-americana.
Na mão inversa, Amir Labaki, diretor da mostra brasileira, vai desde 1996 a Amsterdã. Foi jurado em diversas edições e atua agora como consultor internacional.
"O cinema de Coutinho é baseado no diálogo, no falar brasileiro. É um cinema difícil de traduzir, de legendar, o que explica que tenha demorado mais para ser descoberto lá fora", sugere Labaki.
O ciclo acontece com um evento maior intitulado Brasil Festival Amsterdam. Ao longo de outubro e novembro, uma mostra brasileira -patrocinada por empresas privadas- reúne exposições e atrações musicais, como Egberto Gismonti.

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