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Crítica

Embora siga incompreendido, "Tetro" sobrevive à insignificância

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É muito duvidoso que filmes como "Tetro" (Cinemax, 19h45, 18 anos) tenham algum futuro depois da aniquilação da crítica: é a insignificância do cinema que postula a indústria, ou seja, sua morte.
E, no entanto, "Tetro" existe: sabotado, negado, incompreendido, aí está (por enquanto) este que é o mais belo dos filmes de Francis Ford Coppola ("Apocalipse Now") nos últimos anos.
Ali há dois irmãos. O mais novo, que vai até a Buenos Aires para encontrar o mais velho, Tetro.
Tetro, o demolido, aquele que matou a mãe num acidente de carro. Mas, sobretudo, aquele que vive à sombra do pai, maestro genial e esmagador.
O drama de Tetro, dramaturgo triturado pela figura paterna, constitui um dos mais belos momentos do cinema americano recente. Um momento quase ignorado.
Em seu lugar entra, claro, a insignificância militante, vendida como "arte", especialmente nos dias de Oscar.

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