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Pagodinho grava com anônimos que compuseram seus sucessos

Sambista registra roda de amigos em CD e DVD, projeto a ser lançado em março do ano que vem

Gravado em Xerém, segundo volume traz parcerias e tem apenas uma música em que Zeca Pagodinho põe voz

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO

A roda de samba corre solta, com muitas cervejas. Num canto do quintal, Zeca Pagodinho, o dono da casa, observa o parceiro Zé Roberto cantar um pot-pourri de sucessos ("O Penetra"/"Pai Coruja"/"O Vacilão") que compôs para o amigo célebre gravar.

"Obrigado, Zeca, por esse presente", diz Zé Roberto, agradecendo ao convite para estar ali, gravando um CD e um DVD ao vivo. Pagodinho faz uma cara de "ah, para com isso" e gesticula para o amigo continuar cantando.

Não quer, afinal, que as câmeras e os olhares se voltem para ele; foge de ser o centro das atenções como sempre.

Ali ele está em casa, entre amigos, e as estrelas são figuras como Zé Roberto, Serginho Meriti, Barbeirinho do Jacarezinho -desconhecidos autores de várias canções que ele transformou em sucessos com sua interpretação.

Esse é o espírito do "Quintal do Zeca", projeto com lançamento previsto para março de 2012 e bolado pelo cantor para dar voz e imagem aos compositores que abastecem seu repertório com pérolas como "Deixa a Vida me Levar" (Serginho Meriti/Eri do Cais) e "Caviar" (Barbeirinho/Marcos Diniz/Luiz Grande).

"Eles vão cantar o que já gravaram comigo, para as pessoas identificarem, saberem que a música não é minha", diz Zeca à Folha. "A ideia é sempre promover os compositores."

A reportagem acompanhou a gravação do segundo volume do projeto (o primeiro é de 2001), numa terça quente de outubro, no mítico sítio de Zeca em Xerém, na Baixada Fluminense (a uma hora do centro do Rio).

Era um dia de trabalho, mas quem visse a cena dificilmente diria isso. Havia um churrascão armado para 200 convidados, de vizinhos anônimos a estrelas globais como Regina Casé, Cissa Guimarães e os cassetas Hubert e Hélio de La Peña.

No centro do quintal, um quiosque (Bar dos Canalhas, diz a placa) com a mesa onde ficam os bambas e onde os convidados (veja ao lado) se revezam para cantar, acompanhados pelo coro da galera.

Zeca fica zanzando, com um copo na mão; ora conversa com um, ora brinca com o neto, ora canta um pouco.

Nesse clima, ninguém se aperta com imprevistos: Caetano Veloso não pôde ir? Há outro baiano a postos, Nélson Rufino, que é convidado a ocupar a vaga cantando "Verdade", canção sua que virou sucesso na voz de Zeca.

"Isso é o que acontece normalmente, nós só gravamos essa realidade", explica o anfitrião. "Tudo sempre dá certo. Até quando dá errado."

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