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Multishow joga com os independentes

Canal se adianta a nova lei de TV paga, que entra em consulta pública, e tem produções nacionais em 90% da grade

Produtores se animam com parceria, mas há quem reclame de o canal ficar com direitos integrais das produções

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O canal Multishow aposta há algum tempo num jogo em que toda a TV paga brasileira está prestes a entrar: o das produtoras independentes.

As regras desse jogo foram formuladas pela lei 12.485, que entra em consulta pública a partir de 16 de dezembro e cria mecanismos de estímulo e proteção ao conteúdo nacional na TV por assinatura.

O Multishow saiu na frente, começou a privilegiar conteúdo nacional há dez anos e hoje tem brasileiros em 90% de sua programação.

"Neste ano, vamos ter 62 projetos", conta o gerente de produção artística do canal, Christian Machado.

A produção nacional também responde pelas maiores audiências do Multishow: "220 Volts", da Migdal Filmes, "De Cara Limpa", da Urca Filmes, e "Sensacionalista", da Publytape.

"Foi o Multishow que nos abriu as portas no mercado", conta Rafael Mellin, diretor da produtora independente Mellin Vídeos/Grupo Sal.

O canal representa 60% da fonte financeira da Mellin, que produz as séries "Nalu pelo Mundo" e "Rock Estrada", entre outras.

A perspectiva de trabalhar em parceria com o Multishow é animadora para Thomaz Miguez, sócio e produtor-executivo da Realejo Filmes, que produz agora a segunda temporada de "As Olivias". "Fazer um projeto ali é uma chancela para o mercado", diz.

A parceria quer dizer também trabalhar com a Globosat, um dos principais grupos da TV por assinatura no Brasil. E, claro, com a Globo, que detém a maior fatia da audiência na TV aberta, já que ambas são do mesmo grupo.

Giuliano Cedroni, sócio e diretor de conteúdo da Pródigo Filmes, tem exibido no canal a série "Oscar Freire 279".

"Trabalhar com TV e não com Globo e Globosat é uma incongruência", ele diz.

Para outros independentes que preferem não se identificar, porém, a jogada final é do Multishow, que viabiliza a produção, mas fica com os direitos integrais das obras.

"Mas ninguém é obrigado a fazer", diz Luiz Noronha, sócio-diretor da Conspiração Filmes, que produz "Malícia". (ELISANGELA ROXO)

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