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Crítica televisão

'Malícia' e 'Oscar Freire 279' ocupam os extremos da produção independente

MAURICIO STYCER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Exibidas praticamente no mesmo horário, mas em dias diferentes, duas produções independentes que integram a grade do Multishow dão uma boa ideia das dificuldades e dilemas da TV paga no Brasil.

Na cabeça da emissora, "Malícia" e "Oscar Freire 279" se destinam a um mesmo público -homens e mulheres interessados em ficção erótica ("soft pornô") no final da noite. Mas os programas não poderiam ser mais distintos, por qualquer critério que se use -investimento, elenco, roteiro.

O primeiro é uma série tosca, estrelada por duas atrizes amadoras, as ex-BBB Priscila Pires e Fani Pacheco, que saem pelo interior em aventuras de duplo sentido.

O segundo é um seriado ambicioso, bem escrito, com fotografia de qualidade e elenco bacana (Lívia de Bueno, Maria Ribeiro e Julio Andrade), que se debruça sobre as aventuras de uma arquiteta paranaense que se muda para São Paulo e acaba experimentando a vida de garota de programa.

É certo, como diz o presidente da Ancine, Manoel Rangel, que a produção brasileira tem qualidade suficiente para não aborrecer o cidadão. O problema é de outra ordem. É mais fácil, tem mais apelo e, provavelmente, custa muito menos investir em programas de baixa qualidade do que apostar em algo um pouco mais ousado.

A ideia de obrigar os canais pagos a exibir uma cota mínima semanal de conteúdo nacional independente, se mal administrada, pode acabar produzindo mais produtos como "Malícia" do que como "Oscar Freire 279".

MAURICIO STYCER é repórter e crítico do portal UOL.

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