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Diário de Los Angeles

O mapa da cultura

Vida nova aos rios

Pescar e remar na cidade grande

FERNANDA EZABELLA

Pela primeira vez em mais de 70 anos, o rio Los Angeles foi liberado para uso do público no verão, o que não acontecia desde que suas margens viraram concreto, no final dos anos 1930. Cenário de corridas de carro em filmes como "Grease --Nos Tempos da Brilhantina" (1978) e "Drive" (2011), o rio teve um trecho de quatro quilômetros liberado para caiaques e pesca, além de toda sua extensão de 80 quilômetros aberta para bicicletas (thelariver.com/guide/biking).

"O nosso rio tem água limpa, não cheira mal como o Tietê. O tratamento do esgoto vem lá dos anos 60 e é sofisticado", explica a arquiteta paisagista Mia Lehrer, cujo escritório criou um plano diretor de 20 anos para revitalizar o rio da segunda maior cidade dos EUA.

Adotado em 2007, o plano prevê mais de 200 projetos, envolvendo engenheiros, agências do governo e moradores. As ideias incluem parques, condomínios, pontes para pedestres e remoção do concreto.

Lehrer, que nasceu em El Salvador e se formou em Harvard, é figura conhecida em Los Angeles por ter revitalizado diversas áreas populares. Ela fala português e já visitou o Brasil muitas vezes, pois a família de sua mãe veio morar em São Paulo ao deixar a Alemanha.

Seu escritório, em parceria com outras firmas, está entre os 17 consórcios que apresentaram planos para o Arco do Tietê neste ano.

Apesar das diferenças --um é rio de trópicos, e o outro, de deserto--, Lehrer vê semelhanças entre os dois. "Eles dividem a cidade de forma negativa, como uma ferida", diz a arquiteta, sem poder revelar detalhes do projeto paulistano. "É preciso trabalhar com as comunidades para entender suas demandas e explicar como as decisões são tomadas. É um processo de educação de duas vias."

CEMITÉRIO DE BICHINHOS

Batman, Gretchen e Winston Churchill descansam no mesmo cemitério em Los Angeles: um terreno de dez acres (uns dez campos de futebol) em Calabasas onde são enterrados animais de estimação.

Mais da metade são cães e gatos, mas há também um leão e um pavão, além de ovelhas, coelhos e lagartos. Todos estão identificados em lápides, dedicatórias e às vezes até fotos ou esculturas.

O local completou 85 anos neste mês e tem mais de 40 mil túmulos, incluindo um pequeno mausoléu ao lado do crematório. No local vendem-se caixões de diversos tamanhos e há espaço para funerais. O Los Angeles Pet Memorial Park é a casa de animais famosos, como o cavalo Silver, da série "As Aventuras de Zorro", e também de animais de famosos --como o poodle Angel, de Tori Spelling, o cão Boots, de Humphrey Bogart, e o gato Scout, de Chaplin.

ANNE VAI A HOLLYWOOD

Como muitas meninas de sua época e tantas de sua idade até hoje, Anne Frank (1929-45) tinha fascínio por astros e histórias de Hollywood. Mas sua vida, sabemos, passou longe dos finais felizes.

Agora não muito distante daqueles cenários, o Museu da Tolerância vai dedicar um espaço a sua memória. Em outubro, será aberta uma mostra permanente sobre Anne Frank, a maior já realizada fora de Amsterdã, onde fica a casa em que se escondeu dos nazistas.

A exposição de US$ 3 milhões (R$ 6,6 milhões), que teve a visita de Tom Cruise na prévia para convidados, foi criada em parceria com a Anne Frank Fonds, detentora dos direitos de seu diário, representado numa réplica exata ao final da mostra. Haverá fotos de Anne Frank na escola, cartas trocadas com amigas dos EUA e uma entrevista com o primo Buddy Elias, seu único parente vivo.

NOVO MUSEU

O museu Broad deve ser inaugurado em meados de 2014, mas sua construção tem rendido muito assunto. O local exibirá uma coleção de 2.000 objetos de arte dos anos 1950 até hoje, pertencente ao casal de filantropos Eli e Edythe Broad, que estão dando US$ 395 milhões (R$873 milhões) à nova instituição. A entrada será gratuita, e o museu ficará no corredor do centro da cidade, já habitado pelo Walt Disney Concert Hall, um dos cartões-postais da cidade.

Sua arquitetura deverá competir com a sala de concertos de Frank Gehry. O escritório Diller Scofidio + Renfro apelidou o novo prédio, em construção desde 2012, de "o cofre e o véu" devido a sua base sólida e ao exterior vazado como uma colmeia.


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