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Ilustrissima

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Imaginação

O vigia

PROSA, POESIA E TRADUÇÃO

PAULO NUNES

no fosso do elevador

no quarto de despejo

no armário embutido

a noite eterna espreita

pelas frestas, o vulto

sob a luz inventada:

é preciso vigiar

as coisas que se furtam

nunca mostram a face

mesmo quando sugerem

como as sandálias

sob a janela aberta -

não permitir a fuga

ou a invasão: mas vem

a fome e a noite salta

da lata de biscoitos

vem o sono e debaixo

da cama ninguém sabe

(como dentro dos sonhos)

o que, na sombra, se oculta

e nas gavetas vazias

no poço atrás dos olhos

baratas, pensamentos

sem veneno, deslizam


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