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Diário de Nova York

O MAPA DA CULTURA

As cores mais quentes

Em Manhattan, a arte antecipa a primavera

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES

Março ainda não espantou o frio, mas já providenciou dias mais amenos para lembrar aos nova-iorquinos que a nova estação está, enfim, se aproximando. O inverno rigoroso, com nevascas, ventos cortantes e recordes de baixas temperaturas, deixou a cidade cansada e impaciente.

Ao primeiro sinal de trégua --uma manhã ou tarde com ares primaveris--, as ruas já estão em trajes mais leves (alguns, mais otimistas, de camisetas e pernas de fora), como se qualquer coisa que se aproxime de 10 graus Celsius fosse um cruzeiro pelos mares do Caribe. "Acho que o pior já passou", me consola a vizinha simpática no elevador. Espero que sim.

O tempo vai melhorando, e a agenda cultural também.

XEPA?

No mundo das artes, o mês começou com a grande feira da cidade, a Armory, que reuniu mais de 200 galerias de 29 países nos píeres 92 e 94, às margens do rio Hudson, na rua 55 com a 12ª avenida.

Muitos artistas e marchands brasileiros presentes, além do tradicional formigueiro de VIPs correndo para lá e para cá.

Para Kelly Crow, especialista em mercado de arte do "Wall Street Journal", as feiras, que não param de crescer, já estão cansando até os mais fanáticos colecionadores. "É preciso mudar, fazer alguma coisa nova", disse ela em entrevista. Parece sensato.

EMPACOTANDO

A abertura da Armory coincidiu, neste ano, com a inauguração da tradicional Bienal do Whitney --até 25 de maio. É a última vez que o evento, dedicado apenas a artistas norte-americanos ou residentes no país, ocorre no prédio da avenida Madison. A partir de 2015, a bienal do museu muda-se para a nova sede do Whitney, projetada por Renzo Piano, no Meatpacking District, próximo ao parque High Line e ao circuito de galerias de Chelsea.

A região, que já foi industrial e decadente, ponto de prostituição e venda de drogas, é hoje, como se sabe, uma área cool da cidade --uma vizinhança "hipster", gay e fashion, com bons bares, restaurantes e lojas de marcas badaladas, como Stella McCartney e Christian Louboutin.

A antiga degradação da margem do Hudson foi substituída por um boom imobiliário, com alguns projetos arquitetônicos de vanguarda --e outros nem tanto. Residenciais monstruosos estão sendo erguidos na área do High Line e ameaçam transformar o bairro, em breve, numa muvuca pós-moderna.

Para marcar essa Bienal histórica, a instituição convidou três curadores que não pertencem à sua equipe e confiou a cada um deles um andar do prédio, sem nenhuma exigência de unidade ou afinidade nas escolhas.

O resultado é um panorama interessante, mas às vezes confuso e duvidoso, da arte contemporânea norte-americana. Bem, não é improvável que o problema seja mais da produção atual do país do que dos curadores.

Não conheço o bastante para ser categórico, mas posso dizer que me impressiona a quantidade de obras ruins --quando não de puro lixo-- expostas em galerias de Nova York. Guardadas as proporções, a cena brasileira emergente parece bem melhor.

O FUTURO DE NOVO

O MoMA e o Guggenheim abriram neste mês duas grandes mostras. No Museu de Arte Moderna, o destaque é o pintor francês Paul Gauguin (1848-1903). São 150 obras, que relacionam desenhos e gravuras com as pinturas, mais conhecidas, do artista.

No caracol de Frank Lloyd Wright, a atração é uma vasta exposição sobre o velho e sempre atraente futurismo, movimento que foi coqueluche mundial e influenciou nossos primeiros modernistas.


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