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Diário de Londres

O MAPA DA CULTURA

Quem pita toma um pito

Fecha-se o cerco ao fumo no Reino Unido

LEANDRO COLON

Bebedores de cerveja, fumantes e jogadores dominaram o debate recente no Reino Unido. A turma da birita e do bingo está feliz da vida. Quem gosta de um cigarrinho nem tanto. O governo acaba de anunciar o plano do orçamento deste ano e, para surpresa geral, beneficiou frequentadores de pubs e fãs do joguinho de cartela.

O imposto sobre o bingo caiu de 20% para 10%; o do "pint" (copo de meio litro de cerveja) foi cortado em um centavo; e o do uísque foi congelado. Sobrou para o tabaco, que vai aumentar 2% acima da inflação, ou 28 centavos por maço.

A medida relativa ao uísque é boa para os beberrões, mas é melhor para os escoceses, principais exportadores da bebida no Reino Unido. "O uísque escocês é uma grande história de sucesso britânico", disse o ministro das Finanças, George Osborne. A decisão não é vã: setembro é mês do referendo sobre a independência da Escócia --ou seja, o governo do Partido Conservador dá aquela forcinha para tentar convencer a turma a votar contra a separação.

Como, além disso, 2015 é ano de eleições gerais por aqui, os trabalhistas acusam os conservadores de populismo em busca de votos. Dias após o anúncio, o ministro Osborne apareceu num bingo em Cardiff, capital do País de Gales.

O corte no imposto da cerveja coincide com a permissão anunciada há pouco para que os 49 mil pubs do Reino Unido funcionem até a 1h em dias de jogos da Inglaterra na Copa. Só houve algo parecido no casamento de William, em 2011, e no jubileu de diamante da Rainha Elizabeth 2ª, em 2012.

O CERCO AOS FUMANTES

Hoje um maço de cigarros custa em média 7,98 libras (R$ 30), 351% a mais do que há 20 anos. Entre 2006 e 2007, foram aprovadas leis proibindo fumar em lugares públicos fechados, bares e restaurantes.

E o cerco vai aumentar. Logo depois de divulgar o aumento do imposto, o governo disse que vai levar adiante a proposta de padronizar cor e logotipo dos maços, como já ocorre na Austrália. Tudo igual, sem diferenciação entre as marcas. A aposta é de que isso reduziria o número de fumantes, sobretudo entre os jovens. Segundo o governo, 200.000 crianças entre 11 e 15 anos começam a fumar todos os anos --uma média de 600 por dia. Há 10 milhões de fumantes, numa população de 63 milhões.

O CÉU QUE SE PROTEGE

Um grupo de políticos, artistas, arquitetos e intelectuais declarou guerra a prédios altos, analisando os 200 projetos que podem mudar a cara de Londres nos próximos anos. Num comunicado, a turma diz que se está perdendo o controle sobre a visão do céu na cidade.

A briga é pesada diante de altos investidores de construção atraídos pelo valorizado território --em um ano, o preço dos imóveis residenciais subiu 13,2% na cidade. Estima-se que em seis anos o valor médio da moradia possa chegar a 647 mil libras (R$ 2,38 milhões).

Um estudo do "think thank" New London Architecture diz que há 236 torres previstas, das quais 80% para uso residencial. Dos restantes, 18 projetos são corporativos, 8, de hotéis, 13 de uso misto, 7 comerciais e 1 será um instituto de educação. A maioria se concentra no leste e no centro de Londres. Mais de 30 prédios terão de 40 a 49 andares e 22 deles, acima de 50.

A tradicional Catedral de Saint Paul, onde Diana e o príncipe Charles se casaram em 1981, é um dos monumentos que sentem as consequências. Quem faz o passeio de barco pelo rio Tâmisa já nota as torres encobrindo parte da vista da igreja do século 17.

CRECHE 24 HORAS

Um bairro no distrito londrino de Brent quer oferecer a seus moradores o serviço de creche 24 horas por dia. Um líder trabalhista da região disse que passou a defender a medida após sua mulher receber apelos de pais que precisam trabalhar à noite, fora do horário comercial habitual, das 8h às 18h.

Debate-se até que ponto isso é benéfico para as crianças, sobretudo porque abriria caminho para que pais as deixem o dia inteiro numa creche.

Enquanto especialistas dizem que a proposta deixa em segundo plano a educação das crianças, principalmente das que têm menos de 5 anos. Outros a defendem em nome da economia, pois abriria caminho para empregar pais que recebem ofertas de trabalho em horários complicados.


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