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Conferência foi até o fim, diz ABL

A presidente da ABL, Ana Maria Machado, conversou por telefone com a Folha sobre o corte na transmissão da conferência de Coli. Ela, que estava ausente do país no dia do evento, apoia a decisão tomada, pede uma discussão sobre responsabilidades e revela que os imortais, em reunião extraordinária, deram voto de louvor à diretoria pela decisão. (PW)

Folha - Qual é sua visão do episódio? Houve censura?
Ana Maria Machado - É útil para a sociedade discutir essas questões de censura, responsabilidade, moralismo, hipocrisia. É útil que todos participem. E todos participarem significa incluir juiz de menores, autoridades de proteção à infância e à adolescência.
A conferência não foi censurada: foi até o fim, está toda gravada e nós temos a íntegra à disposição, se a Folha quiser pôr no seu site [assista em folha.com/ilustrissima. Era uma transmissão ao vivo, ele [Coli] teve a responsabilidade de avisar que ia falar de pornografia, que não era para menores de 18 e que pessoas mais sensíveis saíssem.
Tinha, inclusive, uma criança que alguém tinha levado. Mas o site é frequentado por adolescentes e pré-adolescentes. Temos um programa educativo, de visitas guiadas. Os adolescentes frequentam o site, primeiro para se preparar, depois comentando. É um site aberto e com frequência de adolescência. Quando foram exibidas fotografias de um ato de felação, aí o funcionário tirou do ar.

Por conta própria?
Ele teve que fazer uma coisa rápida, na hora. Pediu uma orientação à diretoria -eu não estava aqui, estava na Espanha-, que foi dada: tira, porque a gente não sabe o que é que vem depois.
E o que veio depois vocês podem ver na gravação. Não foi por causa do quadro do Courbet, que é uma coisa do século 19. Foi por coisas atuais e, mesmo sendo obras de arte, são coisas pornográficas.

A ABL fez como a Apple, que censurou na internet o título do livro "Vagina: Uma Nova Biografia"?
Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A questão não foi sobre termos, não entramos no mérito em nenhum momento. Não são coisas a serem misturadas. É bom misturar com a discussão de responsabilidade, limites.
Durante a ditadura militar eu fui editora do radiojornalismo da Rádio Jornal do Brasil, o mais corajoso que tinha, que enfrentava a censura diariamente. Fui censurada durante sete anos. Eu sei o que é isso. Mas sabia até onde ir, aquela corda bamba. A gente tem que levar em conta um contexto mais amplo, não um episódio pontual.

O caso virou assunto no chá?
No chá, não. Fizemos uma reunião extraordinária para analisar o assunto ontem (quarta-feira), o plenário aprovou com unanimidade um voto de louvor à diretoria por ter tomado a decisão.

Leia a íntegra em folha.com/ilustríssima

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