São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ilustríssima Semana

O MELHOR DA CULTURA EM 7 INDICAÇÕES

CINEMA

O melhor de Russ Meyer

"Um dos diretores independentes mais radicais do cinema americano, Russ Meyer fazia filmes com pouquíssimo dinheiro e uma criatividade delirante e debochada", ressalta o cineasta Carlos Reichenbach, admirador do trabalho do diretor considerado "o Fellini do sexo" nos EUA. Para Reichenbach, os melhores filmes de Meyer (1922-2004) "tangem o surrealismo, o absurdo, o mau gosto assumido e o obsceno, tendo como alvo o falso moralismo do Meio-Oeste americano. Meyer, que amava filmar mulheres enormes, de seios acromegálicos e excêntricas roupas de couro, criou a heroína tarada, furiosa, exuberante e 'casca-grossa'". O diretor, que influenciou Quentin Tarantino, é homenageado com retrospectiva a partir de quinta, em SP e no RJ. Serão exibidos 18 dos seus filmes. Destaque para "O Imoral Sr. Teas" (1959), "Faster, Pussycat! Kill! Kill!" (1965) e "Além do Vale das Ultra-Vixens" (1979).
CCBB | São Paulo e Rio de Janeiro | De 5 a 15/8

4ª JORNADA BRASILEIRA DE CINEMA SILENCIOSO
A mostra dedicada ao cinema mudo exibe, a partir de sexta, 35 filmes, com destaque para produções suecas -entre elas, duas com a atriz Greta Garbo: "A Carne e o Diabo" (1926) e "A Mulher Divina" (1928). Também será exibido "Lábios sem Beijos" (1930), de Humberto Mauro. Os filmes terão acompanhamento musical ao vivo, com curadoria do compositor Livio Tragtenberg.
Cinemateca Brasileira São Paulo | De 6 a 15/8

MOSTRA/EXPOSIÇÃO

"O meio de arte mudou no Brasil"
Três perguntas para o artista plástico Carlito Carvalhosa, que tem a instalação "A Soma dos Dias" em exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo até 7/11.

O que pensa sobre a relação entre arte e mercado no Brasil?
O meio de arte mudou muito no Brasil nos últimos anos. Há muito mais artistas, muitos jovens, não é mais um grupo onde todos se conhecem. Isso é ótimo, vem com o crescimento do mercado, mas não é explicado por ele.

Como surgiu a ideia da instalação "A Soma dos Dias"?
É um percurso dentro do Projeto Octógono [da Pinacoteca]. Imaginei um trabalho sem horizonte, muito alto e com uma escala estranha -estreita e luminosa. Não há muito o que ver de fora, dentro dele o prédio se apaga, resta somente algo difuso. É um trabalho com um ritmo lento. Qual a importância da música de Philip Glass neste trabalho? Ele fez um programa de composições suas, entre 1969 e 2004, para o trabalho. "A Soma dos Dias" não ilustra a música dele, nem ele fez uma trilha para o trabalho, são coisas que coexistem. Além dos dois concertos que ele fará [amanhã e terça-feira, na Pinacoteca], há mais de 20 apresentações de alunos da Escola de Música do Estado de São Paulo. A música ao vivo é acústica. Não há reprodução, alta fidelidade ou música ambiente.

LIVRO

GEORGE PELECANOS
"Sem Saída"
O jovem negro James Monroe aspira ter dinheiro para mudar-se com os pais para um "lugar onde garotos brancos caipiras" não chamem sua mãe de "crioula depois de ela ter ficado em pé o dia todo, usando aquele uniforme de faxineira". Neste romance policial, Pelecanos aborda os conflitos raciais nos EUA ao narrar a história de personagens como James, preso após um confronto com jovens
brancos.Planeta | Trad. Mário Vilela 304 págs. | R$ 39,90

LUCIO COSTA
O volume mais recente da coleção "Encontros" reúne entrevistas com o arquiteto e urbanista, registradas entre 1924 e 1998. Para a organizadora do livro, a arquiteta e professora na PUC-Rio Ana Luiza Nobre, é o "período de formação, consolidação e tensionamento da arquitetura moderna no Brasil, dentro do qual Lucio Costa assumiu um protagonismo indiscutível". A nova fornada da coleção também inclui títulos dedicados a Gilberto Freyre, ao poeta Manoel de Barros e ao grupo de escritores e artistas da Geração Beat.
Azougue | R$ 24,90 cada volume

MUSICA

PINK FLOYD POR FLAMING LIPS
Fernanda Mena

"Dark Side of the Moon" é um disco que dispensa apresentações. Do preciosismo das gravações à arte da capa, o álbum de 1973 do Pink Floyd inspirou uma infinidade de trabalhos ambiciosos, esquisitos e ridículos. Amado e odiado, é referência pop e já vendeu 50 milhões de cópias.
"Doing the Dark Side of the Moon" é o tributo do Flaming Lips a este ícone da cultura psicodélica. O disco demorou seis meses para chegar ao Brasil e esvazia as canções de sua afetação original: corrompe melodias, distorce vocais e adiciona microfonias.
Como um irmão mais novo que reúne amigos para bagunçar o quarto ao lado, o Flaming Lips convidou a banda Stardeath and White Dwarfs, o vocalista Henry Rollins (ex-Black Flag) e a cantora canadense Peaches para a brincadeira. "Time" tem introdução sombria e acordes em eco. "The Great Gig in the Sky" surge saturada e cheia de bossa. "Money" ganha baterias eletrônicas e vozes computadorizadas. Os xiitas do pink floydismo vão acusá-los de heresia. Mas todos os outros vão se divertir.
CD Warner Music

DANÇA

GRUPO CORPO
Uma das principais companhias de dança contemporânea do Brasil, o Grupo Corpo comemora 35 anos com turnê que começa no dia 11/8 em São Paulo, e segue depois para Belo Horizonte (27 a 31/8), Salvador (4 e 5/9), Rio de Janeiro (9 a 12/9) e Brasília (16 a 19/9). No programa, as coreografias "Lecuona" (de 2004) e "Ímã" (de 2009).
Teatro Alfa | São Paulo De 11 a 16/8


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Ilustríssimos desta edição
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.