|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ilustríssima Semana
O MELHOR DA CULTURA EM 7 INDICAÇÕES
CINEMA
O melhor de Russ Meyer
"Um dos diretores independentes mais radicais do cinema americano, Russ Meyer
fazia filmes com pouquíssimo dinheiro e uma criatividade delirante e debochada",
ressalta o cineasta Carlos Reichenbach, admirador do trabalho do diretor
considerado "o Fellini do sexo" nos EUA. Para Reichenbach, os melhores filmes
de Meyer (1922-2004) "tangem o surrealismo, o absurdo, o mau gosto assumido e o
obsceno, tendo como alvo o falso moralismo do Meio-Oeste americano. Meyer, que
amava filmar mulheres enormes, de seios acromegálicos e excêntricas roupas de
couro, criou a heroína tarada, furiosa, exuberante e 'casca-grossa'". O diretor,
que influenciou Quentin Tarantino, é homenageado com retrospectiva a partir de
quinta, em SP e no RJ. Serão exibidos 18 dos seus filmes. Destaque para "O
Imoral Sr. Teas" (1959), "Faster, Pussycat! Kill! Kill!" (1965) e "Além do Vale
das Ultra-Vixens" (1979).
CCBB | São Paulo e Rio de Janeiro | De 5 a 15/8
4ª JORNADA BRASILEIRA DE CINEMA SILENCIOSO
A mostra dedicada ao cinema mudo exibe, a partir de sexta, 35 filmes, com
destaque para produções suecas -entre elas, duas com a atriz Greta Garbo: "A
Carne e o Diabo" (1926) e "A Mulher Divina" (1928). Também será exibido "Lábios
sem Beijos" (1930), de Humberto Mauro. Os filmes terão acompanhamento musical ao
vivo, com curadoria do compositor Livio Tragtenberg.
Cinemateca Brasileira São Paulo | De 6 a 15/8
MOSTRA/EXPOSIÇÃO
"O meio de arte mudou no Brasil"
Três perguntas para o artista plástico Carlito Carvalhosa, que tem a instalação
"A Soma dos Dias" em exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo até 7/11.
O que pensa sobre a relação entre arte e mercado no Brasil?
O meio de arte mudou muito no Brasil nos últimos anos. Há muito mais artistas,
muitos jovens, não é mais um grupo onde todos se conhecem. Isso é ótimo, vem com
o crescimento do mercado, mas não é explicado por ele.
Como surgiu a ideia da instalação "A Soma dos Dias"?
É um percurso dentro do Projeto Octógono [da Pinacoteca]. Imaginei um trabalho
sem horizonte, muito alto e com uma escala estranha -estreita e luminosa. Não há
muito o que ver de fora, dentro dele o prédio se apaga, resta somente algo
difuso. É um trabalho com um ritmo lento.
Qual a importância da música de Philip Glass neste trabalho?
Ele fez um programa de composições suas, entre 1969 e 2004, para o trabalho. "A
Soma dos Dias" não ilustra a música dele, nem ele fez uma trilha para o
trabalho, são coisas que coexistem. Além dos dois concertos que ele fará [amanhã
e terça-feira, na Pinacoteca], há mais de 20 apresentações de alunos da Escola
de Música do Estado de São Paulo. A música ao vivo é acústica. Não há
reprodução, alta fidelidade ou música ambiente.
LIVRO
GEORGE PELECANOS
"Sem Saída"
O jovem negro James Monroe aspira ter dinheiro para mudar-se com os pais para um
"lugar onde garotos brancos caipiras" não chamem sua mãe de "crioula depois de
ela ter ficado em pé o dia todo, usando aquele uniforme de faxineira". Neste
romance policial, Pelecanos aborda os conflitos raciais nos EUA ao narrar a
história de personagens como James, preso após um confronto com jovens
brancos.Planeta | Trad. Mário Vilela 304 págs. | R$ 39,90
LUCIO COSTA
O volume mais recente da coleção "Encontros" reúne entrevistas com o arquiteto e
urbanista, registradas entre 1924 e 1998. Para a organizadora do livro, a
arquiteta e professora na PUC-Rio Ana Luiza Nobre, é o "período de formação,
consolidação e tensionamento da arquitetura moderna no Brasil, dentro do qual
Lucio Costa assumiu um protagonismo indiscutível". A nova fornada da coleção
também inclui títulos dedicados a Gilberto Freyre, ao poeta Manoel de Barros e
ao grupo de escritores e artistas da Geração Beat.
Azougue | R$ 24,90 cada volume
MUSICA
PINK FLOYD POR FLAMING LIPS
Fernanda Mena
"Dark Side of the Moon" é um disco que dispensa apresentações. Do preciosismo
das gravações à arte da capa, o álbum de 1973 do Pink Floyd inspirou uma
infinidade de trabalhos ambiciosos, esquisitos e ridículos. Amado e odiado, é
referência pop e já vendeu 50 milhões de cópias.
"Doing the Dark Side of the Moon" é o tributo do Flaming Lips a este ícone da
cultura psicodélica. O disco demorou seis meses para chegar ao Brasil e esvazia
as canções de sua afetação original: corrompe melodias, distorce vocais e
adiciona microfonias.
Como um irmão mais novo que reúne amigos para bagunçar o quarto ao lado, o
Flaming Lips convidou a banda Stardeath and White Dwarfs, o vocalista Henry
Rollins (ex-Black Flag) e a cantora canadense Peaches para a brincadeira.
"Time" tem introdução sombria e acordes em eco. "The Great Gig in the Sky" surge
saturada e cheia de bossa. "Money" ganha baterias eletrônicas e vozes
computadorizadas. Os xiitas do pink floydismo vão acusá-los de heresia. Mas
todos os outros vão se divertir.
CD Warner Music
DANÇA
GRUPO CORPO
Uma das principais companhias de dança contemporânea do Brasil, o Grupo Corpo
comemora 35 anos com turnê que começa no dia 11/8 em São Paulo, e segue depois
para Belo Horizonte (27 a 31/8), Salvador (4 e 5/9), Rio de Janeiro (9 a 12/9) e
Brasília (16 a 19/9). No programa, as coreografias "Lecuona" (de 2004) e "Ímã"
(de 2009).
Teatro Alfa | São Paulo De 11 a 16/8
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Ilustríssimos desta edição Índice
|