São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2010

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ILUSTRÍSSIMA SEMANA
O MELHOR DA CULTURA EM 11 INDICAÇÕES

EXPOSIÇÃO

Errante, 2010

A partir do próximo sábado, uma espécie de jardim suspenso surge sobre o rio Tamanduateí, no centro de São Paulo, criado pelo artista mexicano Hector Zamora. Em frente ao Mercado Municipal e ao edifício São Vito, árvores serão suspensas sobre o rio degradado. O trabalho faz parte do projeto Margem, do Itaú Cultural, e ficará em exposição até 28/11.
"Não é uma crítica literal ou evidente, como poderia ser a ecológica, no caso. Em um primeiro plano, há o caráter surrealista, a suspensão da realidade, um efeito de estranhamento em um espaço muito conhecido. E, em seguida, uma crítica ao sacrifício do espaço público em São Paulo, e à eterna 'mobilidade' (errância) da cidade", avalia o curador da obra, o arquiteto e urbanista Guilherme Wisnik. "Como intervenção de arte urbana, toca em questões ambientais, sociais, urbanísticas, oníricas", conclui.
Para Zamora, três palavras definem a obra: ironia, sonho e pesadelo.
Avenida do Estado, em São Paulo | De 9/10 a 28/11

SERGIO RODRIGUES
Exposição dedicada a um dos precursores do design brasileiro moderno faz um balanço de mais de meio século do móvel como objeto de arte ao reunir mais de 30 peças do artista -de sofás a escrivaninhas. Artemobilia Galeria
São Paulo | De 6 a 17/10



CINEMA

5ª MOSTRA PAULISTA DE CINEMA NORDESTINO
Com sessões em 19 cidades do Estado de São Paulo, incluindo a capital, a mostra exibe 51 filmes, com destaque para "O Homem que Engarrafava Nuvens", de Lírio Ferreira.
De 4/10 a 9/12 |Saiba mais em www.sesisp.org.br

GLAUBER ROCHA
O curso do historiador Mauricio Cardoso analisa as ideias estéticas e políticas do diretor mais importante do cinema novo a partir dos filmes "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Terra em Transe" , entre outros.
MAC-USP | De 7, 14, 21 e 28/10 | 14h às 18h



LIVRO

História policial

Duas perguntas ao historiador André Rosemberg, autor do livro "De Chumbo e Festim - Uma História da Polícia Paulista no Final do Império" (Edusp/Fapesp, 472 págs., R$ 58).

Como a polícia do final do Império lidava com a violência?
A violência no contato com a população era moeda corrente, sem dúvida. E pode ser considerada um reflexo de uma "cultura da violência". Mas, por outro lado, pelo fato de a polícia estar moldada em princípios legais e burocráticos, havia alguns mecanismos de contenção mais rigorosos do que aqueles que vigoravam num plano social mais amplo. Ao mesmo tempo, em outras ocasiões, a instituição acobertava e justificava os desmandos cometidos por seus agentes.

O que diferencia a polícia paulista do final do século 19 da de hoje?
Esta é uma pergunta capciosa, pois não há resposta possível. A distância não permite comparações diretas, sem que o contexto geral esteja qualificado, ainda que a polícia, principalmente a Polícia Militar, seja afetuosamente ligada ao seu mito de origem. De todo modo, como comparar a sociedade escravista do século 19 à sociedade atual, formalmente democrática?

Leia a íntegra em folha.com/ilustrissima

SER OU NÃO SER

Nelson de Sá

A "questão da autoria" fascina detratores de Shakespeare há dois séculos e deve tomar ares de verdade estabelecida com "Anonymous", filme de Roland Emmerich a ser lançado em 2011. Mas James Shapiro não está disposto a ceder. Autor do impactante "1599", no recém-lançado "Contested Will - Who Wrote Shakespeare?" ele narra, desde as primeiras teorias de conspiração, a história da "questão da autoria". Vai de Francis Bacon, a aposta de muitos (inclusive Mark Twain), ao conde de Oxford, predominante até hoje, e registra outras, como Christopher Marlowe.
A origem, a pouca educação, a limitação à vida londrina, sem viagens, a mesquinhez financeira: era preciso achar um autor à altura da obra, não aquele ator provinciano de Avon. Na passagem mais controversa do livro, o "Hamlet" teria inspirado parte da teoria edipiana: Freud acreditava que Shakespeare perdera o pai antes de escrever a peça. Quando se revelou que a peça era anterior, Freud abandonou o bardo de Avon pelo conde, de biografia mais compatível. Shapiro busca resistir, mas não é difícil prever o resultado de seu embate com Hollywood.
Faber & Faber | 384 págs. | R$ 50

O PODER DA ARTE
O livro do historiador britânico Simon Schama avalia momentos cruciais na obra de artistas como Caravaggio, Van Gogh e Picasso. "O poder da arte é o poder da surpresa perturbadora", diz Schama.
Companhia das Letras
Trad. Hildegard Feist
504 págs. | R$ 89

BOAS-VINDAS À FILOSOFIA
Neste primeiro volume da coleção "Filosofias - O Prazer do Pensar", Marilena Chaui discute o conceito de filosofia. A coleção é coordenada por Marilena e por Juvenal Savian.
WMF Martins Fontes | 56 págs. R$ 14,50

PENSAMENTO POLÍTICO DE MAQUIAVEL
Neste ensaio, o filósofo Johann Gottlieb Fichte (1762-1814) defende o pragmatismo político do autor de "O Príncipe".
Hedra | Org. e trad. Rubens Rodrigues Torres Filho 88 págs. | R$ 16



ESPETÁCULO

UM CERTO OLHAR
A nova temporada de música de câmara da Sala São Paulo executa repertório que inclui compositores clássicos e modernos europeus, como Beethoven, Brahms, Debussy, Stravinski, Chostakóvitch e Rachmaninov.
Sala São Paulo | 3, 7 e 9/10

PERSPECTIVAS DO DRAMA MODERNO
Por meio da leitura de peças como "Senhorita Júlia", de Strindberg, e "As Três Irmãs", de Tchekhov, o ciclo avalia a experiência estética e a formação de público no teatro.
Tusp | São Paulo | 7/10 a 9/12 | Quintas-feiras, das 15h às 18h


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