São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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ILUSTRÍSSIMA SEMANA
O MELHOR DA CULTURA EM 7 INDICAÇÕES

QUEM VOTA EM QUÊ?

IZABELA MOI

Muito útil para quem se prepara para o próximo 3 de outubro, o Extrato Parlamentar (extratoparlamentar.com.br) é um site que faz parte de um projeto maior, que tem o objetivo de tornar conhecidas (públicas já são) as votações que acontecem no Congresso Nacional e engrossar um movimento para que todos os votos sejam sempre nominais, reduzindo a falta de transparência.
Para descobrir que parlamentares e/ou partidos têm mais afinidade com as próprias posições, o internauta tem de responder às 12 perguntas que se referem a votações que já aconteceram. O modelo construído mostra, em porcentagem, quem são os congressistas (candidatos nas próximas eleições) e as legendas que mais se aproximam das respostas do internauta. É possível que o resultado assuste, a princípio, mas as aparentes discrepâncias são explicadas voto a voto. Vale a pena clicar em cada ícone do site, para entender melhor o processo. Como lembra a cientista política Andréa Freitas, pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) e uma das realizadoras do projeto, "se um deputado votou sim ao projeto, mas também votou sim a todos as emendas que desfiguravam o projeto, ele aparece como contrário à ideia". Idealizado por Rafael Lamardo, professor da ESPM, o projeto faz parte do Movimento Voto Aberto e é apoiado pelo Cebrap. Veja também votoaberto.com/blog

"Compreender o Brasil é compreender Cuba"

O professor de história na USP Rafael Marquese, coorganizador, com Márcia Berbel e Tâmis Parron, do livro "Escravidão e Política" (ed. Hucitec/Fapesp, 398 págs., R$ 47), analisa o tráfico de escravos no Brasil e em Cuba, de 1790 a 1850.

Por que um estudo comparado Brasil-Cuba sobre escravidão?
Os dois países compartilharam, no século 19, uma história comum, que se inter-relacionou e se condicionou mutuamente de modo estreito. Escrever um livro desvendando os padrões comuns e as divergências de trajetórias entre Brasil e Cuba permite, enfim, conhecer melhor nossa história e o peso da escravidão nela.

Qual o peso da escravidão na história cubana?
Decisivo, tanto quanto na história brasileira. Por isso, compreender o Brasil significa, em resumo, compreender Cuba.

Havia tráfico de escravos entre os dois países?
Diretamente, não. Mas, traficantes espanhóis, cubanos, portugueses, brasileiros e norte-americanos operaram unificadamente desde a década de 1820. Como vários historiadores vêm demonstrando, o tráfico na era da ilegalidade foi um negócio internacionalizado, altamente capitalizado, que articulou de modo estreito as três fronteiras da escravidão do século 19, isto é, Brasil, Cuba e EUA.

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA
O grupo apresenta três coreografias, duas delas inéditas no Brasil: "Sechs Tänze" (1986), do tcheco Jirí Kylián, com música de Mozart, e "Prélude à l'Aprés-midi d'un Faune" (1994), da canadense Marie Chouinard, com música de Debussy. A terceira é "Theme and Variations" (1947), do russo George Balanchine, com música de Tchaikovski.
Teatro Alfa | São Paulo | De 9 a 12/9

HANS ULRICH GUMBRECHT
"Produção de Presença"
Neste ensaio, o crítico alemão discute alternativas epistemológicas à certeza interpretativa da razão quando ela se depara com a experiência estética. Daí o subtítulo "O que o sentido não consegue transmitir".
Ed. Contraponto/PUC-Rio | Trad. Ana Isabel Soares | 208 págs. | R$ 34

ARTE BRASILEIRA ALÉM DO SISTEMA
A exposição propõe extrapolar, segundo o curador Paulo Sergio Duarte, "as fronteiras do chamado 'sistema da arte'". Para isso, reúne trabalhos de arte contemporânea e de arte popular, produzidos por Nuno Ramos, Tunga, Alcides Pereira dos Santos e Germana Monte-Mór, entre outros artistas plásticos. Abertura na quinta-feira.
Galeria Estação | SP | De 9/9 a 6/11

HARUKI MURAKAMI
"Do que Eu Falo Quando Eu Falo de Corrida" "Um dia, se eu tiver uma lápide e puder entalhar nela meu epitáfio, eis o que gostaria que dissesse: Haruki Murakami/ 1949-20**/ Escritor (e Corredor)/ Pelo menos ele nunca caminhou." Assim escreve o autor japonês neste relato pessoal em que compara a corrida à escrita.
Objetiva/Alfaguara | Trad. Cássio de Arantes Leite | 152 págs. | R$ 29,90

HQ + HUMOR
Em "Mundinho Animal", o cartunista Arnaldo Branco reúne tirinhas em que critica certas posturas do meio artístico. Pela mesma editora, também sai "O Relatório Ota do Sexo", do cartunista Ota, "Vó", do cartunista da Folha Jean Galvão, e "Na Kombi", livro de Ulisses Matos e Silvio Lach oriundo de perfil no Twitter.
Ed. Leya | 128 págs. cada R$ 12,90 cada


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