São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2010

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ILUSTRÍSSIMA SEMANA
O MELHOR DA CULTURA EM 10 INDICAÇÕES

CULTURA ISLAMICA

ISLÃ

Com mais de 300 obras oriundas da Síria, do Irã e de instituições brasileiras, a exposição sobre cultura islâmica, com abertura na terça no CCBB-Rio, cobre 13 séculos de história (do 8º ao 20). Seu acervo reúne, entre outros objetos, peças de ourivesaria, mobiliário, tapeçaria, utensílios, cerâmicas, iluminuras e instrumentos musicais que testemunham a diversidade cultural do islã.
Segundo o professor de árabe na USP Paulo Daniel Farah -curador, com Rodolfo Athayde, da exposição-, "as identidades islâmicas são múltiplas, pois foram incorporadas e reelaboradas tradições de regiões como a África, os países árabes e a Ásia em geral." Farah destaca na exposição uma pedra de basalto na qual se entalhou um texto no século 8º, um dos principais vestígios da escrita árabe.
"A adoção da caligrafia árabe em boa parte dos territórios entre o Atlântico e o Índico, suporte gráfico que também serviu como ornamento na arte, exerceu um fator de unificação no 'Dár al-Islám', as terras de presença islâmica", avalia.
CCBB | Rio de Janeiro (12/10 a 26/12) | São Paulo (18/1 a 27/3) | Brasília (26/4 a 10/7)



HENRI PIRENNE
"Maomé e Carlos Magno"

O historiador francês (1862-1935) fixa o início da Idade Média no século 8º, quando a expansão muçulmana desloca o eixo da vida europeia do Mediterrâneo para o norte.
Contraponto/ Ed. PUC-Rio | Trad. Regina Schöpke, Mauro Baladi e Antônio Mattoso | 312 págs. | R$ 54

MASSIMO CAMPANINI
"Introdução à Filosofia Islâmica"

O historiador italiano expõe as bases do pensamento filosófico no islã, em que "o homem encontra uma colocação precisa, projetada no sentido de atingir a perfeição".
Estação Liberdade Trad. Plinio Freire Gomes 240 págs. | R$ 42

RAFIK SCHAMI
"O Segredo do Calígrafo"

O romance do escritor sírio-alemão conta a história de Hamid Farsi, calígrafo de renome que planeja uma reforma da língua árabe. No meio dessa aventura intelectual, sua mulher, Nura, desaparece.
Estação Liberdade Trad. Silvia Bittencourt 448 págs. | R$ 63



LIVROS

O balanço da canção

Três perguntas à professora no departamento de sociologia e política da PUC-Rio Santuza Cambraia Naves, autora de "Canção Popular no Brasil" (Civilização Brasileira, 160 págs., R$ 29,90)

Qual o status da canção na música brasileira?
Ela ocupou posição hegemônica no cenário musical brasileiro do século 20. Conseguiu conciliar o que os críticos avaliaram como qualidade estética (a correspondência perfeita entre música e letra) com uma grande recepção por amplos segmentos sociais. Alguns momentos foram significativos dessa penetração da canção no Brasil, principalmente entre os anos 30 e os 60, época em que o rádio predominava entre os meios de comunicação de massa.

A canção perdeu a centralidade na cultura musical?
A tradição da canção popular continua muito forte no Brasil, mas sem dúvida esse formato perdeu a hegemonia, na medida em que vivemos um momento de grande diversidade em termos musicais, que corresponde a segmentações do mercado.

Poderia citar três canções marcantes da música brasileira?
É difícil escolher apenas três, razão pela qual estabeleci o critério de selecionar aquelas que contribuíram para a minha educação sentimental: "Com açúcar, com afeto", de Chico Buarque, "Tigresa", de Caetano Veloso, e "Lígia", de Tom Jobim.

Leia a íntegra da entrevista em folha.com/ilustrissima



GEORG SIMMEL
"RELIGIÃO"

Primeiro volume reunindo ensaios do pensador alemão (1858-1918), um dos fundadores da sociologia clássica, sobre a experiência religiosa. "A religião agrega amplo espectro das concepções e interesses humanos em conceitos unificados e simples", diz em "Da Salvação da Alma" (1903).
Olho d'Água | Trad. Antonio Carlos Santos e Cláudia Dornbusch | 144 págs. | R$ 35

"MUCHACHA"
A HQ traz série -originalmente publicada na Folha- em que o quadrinista Laerte Coutinho aborda os bastidores de um programa de TV dos anos 1950 e põe em cena personagens como Capitão Tigre, Sulfana e Milhafre. O autor de "Piratas do Tietê" homenageia os seriados de aventura.
Cia. das Letras | 96 págs. | R$ 29

WALTER BENJAMIN
O pensamento do autor alemão, um dos mais influentes do século 20, é discutido por Olgária Matos -autora do recém-lançado "Benjaminianas" (Ed. Unesp)- à luz da relação entre modernidade e cinema.
Centro Universitário Maria Antonia da USP | SP | 14/10 a 4/11 Quintas, das 20h às 22h



PORTUGAL

CESÁRIO VERDE
"Poemas Reunidos"

"O mundo é velha cena ensanguentada,/ Coberta de remendos, picaresca;/ A vida é chula farsa assobiada,/ Ou selvagem tragédia romanesca." Eis o começo de "Manias", soneto do poeta português (1855-86) precursor do modernismo e admirado por Pessoa.
Ateliê Editorial | Mario Higa (org.) | 360 págs. | R$ 28

EÇA DE QUEIROZ - FOTOBIOGRAFIA
O livro reúne cerca de 700 imagens que registram passagens da vida do escritor (1845-1900) desde a infância em Póvoa de Varzim, no norte de Portugal, aos últimos anos, em Paris.
Leya | A. Campos Matos (org.) | 434 págs. | R$ 160


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