São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2010

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ILUSTRÍSSIMA SEMANA
O MELHOR DA CULTURA EM 8 INDICAÇÕES

ARTES VISUAIS

Pedra Mole

Carioca radicada em São Paulo, Germana Monte-Mór apresenta pinturas, esculturas e uma série de fotografias em sua exposição mais eclética, em Belo Horizonte. As fotos foram realizadas no interior da Paraíba e em salinas no Rio Grande do Norte.
"Trata-se de uma série de fotos que eu chamei de 'Pedra Mole', pela pedra em si. Uma pedra enorme que parece estar se dissolvendo. E isso me interessa, um material que parece outro, o que causa um estranhamento. É uma imagem muito forte. Por isso, usei como nome da exposição", explica Germana em entrevista ao caderno "Ilustríssima".
As fotografias dialogam com a série "Guanabara", composta por 12 relevos feitos em chumbo fundido e asfalto sobre papel.
Mas por que asfalto?
"É um material que venho explorando há mais ou menos 20 anos. O asfalto é plasticamente interessante, possui uma cor e uma textura com caráter próprio, uso como tinta em diferentes densidades e aplico com o pincel", diz a artista.
A exposição inclui também duas séries de pinturas, cada uma formada por 24 pequenas telas a óleo, compondo dois painéis, e ainda três esculturas de granito com folhas de parafina. A abertura acontece na quarta-feira, às 20h.
Galeria de Arte Carminha Macedo Belo Horizonte | De 17/9 a 11/10

MARCELO CIDADE + LIA CHAIA
Na individual "Avant-gard is not dead", Marcelo Cidade questiona a incorporação de ideais vanguardistas europeus na formação do modernismo brasileiro. Já na exposição "Anônimo", Lia Chaia aborda o papel do corpo em meio ao embate entre natureza e cultura.
Galeria Vermelho | São Paulo | De 15/9 a 9/10

'Publicar é fácil; escrever é que é difícil'

Promessa da novíssima literatura brasileira, Antônio Xerxenesky, 26, comenta a primeira edição comercial de seu romance de estreia, "Areia nos Dentes" (Rocco, 144 págs., R$ 24).

Foi difícil escrever e publicar?
Publicar é algo que se tornou muito fácil no Brasil. Escrever um romance, porém, foi muito mais complicado. Um romance exige disciplina.

Como vê o seu livro no contexto da literatura contemporânea?
O que há de mais interessante na literatura brasileira contemporânea, creio, é a pluralidade de estilos. Acredito que há uma abertura e uma liberdade imensas. O meu desafio pessoal é tentar aliar um estilo mais caótico com as velhas questões dos livros realistas.

Que referências narrativas ajudam a definir o seu texto?
"Areia nos Dentes" apresenta "uma história dentro de uma história". O enredo de superfície é um pastiche de faroeste que busca, acima de tudo, divertir. Trata-se de uma mescla absurda de western spaghetti e clichês do cinema de terror.
A grande influência literária foi de Thomas Pynchon. Devo também mencionar o romancista Cormac McCarthy. No cinema, a principal dívida é com Sergio Leone, que filma cenas absurdas com seriedade e paixão.

Leia a íntegra da entrevista em
folha.com/ilustrissima

FAROESTE CABOCLO

A FINA ESTAMPA DO CANGAÇO
VIVIAN WHITEMAN

Exército outsider de muita fibra e finíssima estampa, o bando de Lampião e Maria Bonita plantou estilo no sertão nordestino -uma gente de visual requintado, entendida no poder e nos simbolismos do vestir.
Em "Estrelas de Couro - A Estética do Cangaço", o historiador Frederico Pernambucano de Mello conta a gênese do look "cangacista" não só com o rigor histórico devido, mas também com a escrita ritmada e amaciada de quem se deixou encantar pelas jabiracas (lenços) de seda pura, pelos chapéus lindamente adornados e pelas luvas de vaqueiro bordadas à perfeição.
Com prefácio de Ariano Suassuna (leia em folha.com/ilustrissima), tem um rico acervo de imagens vindas de arquivos e coleções variados. Além disso, reproduz pôsteres, cordéis e jornais dos anos 30, nos quais a galera de Lampião -com seu estilo único e amplamente copiado até hoje, a um só tempo brilhoso, utilitário e imponente- já aparecia como lançadora de tendência.
"Estrelas de Couro - A Estética do Cangaço" Ed. Escrituras | 258 págs. | R$ 150

LIVRO

TEXTOS CLÁSSICOS DO DESIGN GRÁFICO
Reúne ensaios, manifestos e artigos que discutem o papel da tipografia e da propaganda no surgimento do design gráfico. O livro traz textos do futurista italiano Filippo Tommaso Marinetti e do designer Paul Rand, entre outros.
WMF Martins Fontes | Michael Bierut, Jessica Helfand, Steven Heller e Rick Poynor (orgs.) Trad. Fernando Santos 316 págs. | R$ 75

DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES POPULARES DA LÍNGUA PORTUGUESA
O pesquisador João Gomes da Silveira compila e "bota em pratos limpos" expressões verbais, para que o leitor não "confunda alhos com bugalhos" e possa "tirar de letra" frases como "dar o lamiré" (dar o tom) e "cumprir a inácia" (estar na legalidade).
WMF Martins Fontes 956 págs. | R$ 98

CINEMA

INDÚSTRIA CULTURAL
Ciclo de palestras promovido pelo Ministério da Cultura e pela Escola da Cidade discute a produção, a distribuição e o consumo cultural, reunindo debatedores como o professor de filosofia na USP Vladimir Safatle (22/9), o sociólogo Gabriel Cohn (13/10), o crítico José Miguel Wisnik (20/10), o cineasta Cláudio Assis (10/11) e o ensaísta alemão Robert Kurz (17/11), entre outros. Confira a programação completa em folha.com/ilustrissima Auditório da Aliança Francesa
São Paulo | Até 17/11


HARUN FAROCKI -POR UMA POLITIZAÇÃO DO OLHAR
Retrospectiva traz parte da filmografia do diretor e artista plástico alemão convidado a expor na 29ª Bienal de São Paulo (que começa em 25/9). Em seus filmes e vídeos, Farocki aborda as relações entre arte e política, tecnologia e guerra.
Cinemateca Brasileira e Cinusp Paulo Emílio | De 17/9 a 3/10


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