São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2010

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CINEMA

Anais do cinema extremo

Uma viagem pessoal através do sexo na telona

Rafael Hupsel/Folhapress


RESUMO
Desde os primórdios do cinema, pornografia e erotismo fascinam diretores e espectadores, ora em busca de satisfação sexual, ora à procura de experiências estéticas e políticas. Este ensaio repassa a história do sexo no cinema, dos filmes pioneiros realizados em bordéis parisienses à era da câmera de celular.

CARLOS REICHENBACH

QUE CONSTE DOS AUTOS: não sou especialista em filmes de sexo explícito! No entanto, passei anos assistindo às imagens mais impuras, abjetas e até torpes que uma lente de cinema pudesse flagrar.
Antes de me envolver no abortado projeto de documentário "Cinema Interditado", nutri certo desprezo pelo cinema vulgarmente chamado de pornográfico. Talvez por ter sido, na década de 1970, diretor de fotografia de filmes considerados eróticos que de pornô não tinham nem o lampejo.
Sempre achei a pecha de "pornochanchada" dada às ingênuas comédias ou crônicas picantes da época, feitas no Brasil, uma manifestação equivocada, moralista e reacionária. Só fui tomar consciência das limitações dos meus próprios preconceitos quando iniciei a prospecção de filmes banidos para o tal documentário.

BESTIALISMO Pude amealhar um razoável acervo de raridades anticonvencionais, carinhosamente apelidado de "Cinemateca Saturnal" (consulte uma seleção em folha.com/ilustrissima). Foram mais de 1.000 filmes catalogados para o projeto.
De "Maomé - Mensageiro de Alá" (de Moustapha Akkad, 1976), superprodução com Anthony Quinn e Irene Papas, exibido em qualquer sessão da tarde das TVs ocidentais, mas vetado em países islâmicos, a "Emanuelle na América" (de Joe D'Amato, 1977), proibido em vários países por conta das cenas de bestialismo e da inclusão de um "snuff movie" (filme com mortes reais) clandestino -falso, mas magistralmente encenado pelo "expert" em efeitos especiais Giannetto De Rossi.
A ingenuidade de não perceber que nenhum produtor teria condições de comprar tantos minutos de imagens alheias não me impediu de seguir na pesquisa, àquela altura movido pelo afã libertário. Em busca de pérolas do "cinema extremo", visitei várias vezes a saudosa locadora da av. Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo, especializada em VHS "para adultos".
Havia seções dedicadas a filmes de sexo simulado, pornochanchadas brasileiras, comédias eróticas italianas, "hardcore" hetero, S.M. (sadomasoquistas), gay, "lez" (filmes de lesbianismo). E também para gostos mais exóticos, como uma prateleira inteira dedicada à produtora alemã Kaviar, especializada em coprolagnia explícita.
Não resisti à tentação de alugar vídeos esquisitos sobre aberrações cuja existência nem imaginava. Nunca me passou pela cabeça que existissem adeptos da prática de enemas (introdução de líquidos pelo reto) como via de êxtase; de obter prazer com a introdução de bastões de ouro no canal da uretra; nem que um dia eu mesmo chegaria a considerar sublime a imagem de uma mulher costurando a vagina de sua amante, num ímpeto de amor pleno, num filme de Richard Kern.
A maior parte das vezes me aborreci com a absoluta ausência de sentido, bom senso ou inteligência nas ousadias mercenárias dos "filmes de impacto". Foi um autêntico "vestibular de tolerância" assistir horas e horas de péssimo audiovisual, ausência de ideias e parca sensualidade. A maioria dos filmes "rigorosamente proibidos em vários países" se destacava por excessos e absurdos.

FORNICAÇÃO BUROCRÁTICA No âmbito do sexo explícito, busquei desesperadamente um equivalente fílmico que se aproximasse de obras subversivas da minha juventude, como "As Onze Mil Varas", de Apollinaire, ou "Justine", de Sade. Acabei me entediando profundamente diante das repetições exaustivas de fornicação mecânica, burocrática e, sobretudo, vasta preguiça fílmica.
Sem hipocrisia, como todo cidadão da minha geração, corri, com o fim da censura no início dos anos 1980, para conferir de perto os primeiros filmes de sexo não simulado exibidos nos cinemas do país. Diverti-me a valer com o humor ingênuo, quase inocente, de "Coisas Eróticas" (1981), o deboche de "Garganta Profunda" (1972) e a ironia safada de "Oh! Rebuceteio" (1984).
Me excitei -e muito- com as imagens devassas de "Atrás da Porta Verde" (1972), "Ana, a Obcecada", "A História de Joana", "O Diabo em Miss Jones" (1973) e "Insaciável". Isso numa época em que, claro, ainda não proliferavam o silicone e as cirurgias de enxertos (masculinos, principalmente).
Com a distância do tempo, pode-se perceber a diferença abissal que existe entre os filmes de sexo explícito ("hardcore") e aqueles cujo cerne é a questão do desejo, mas que não se eximem de incluir sexo não simulado.

ENREDO E ATMOSFERA Nos anos 1970 e 1980, os filmes pornográficos tinham enredo, atmosfera e, às vezes, como no caso de "Atrás da Porta Verde" e "Café Flesh" (1982), de Stephen Sayadian, ousadias formais. A série dinamarquesa "In the Sign of the Taurus", "In the Sign of the Lion", "In the Sign of the Gemini" etc, dos anos 1970, impressiona pela produção e bom gosto: chega ao exagero de expor um corpo de baile inteiro, completamente nu, fornicando ao som de valsas etéreas.
O fim da curiosidade, a decadência das salas de cinema dos grandes centros, o advento da tecnologia digital (com a proliferação de equipamentos de baixo custo): tudo contribuiu para a banalização do erotismo. A feminista Catherine Breillat, em "Anatomia do Inferno" (2004), com suas ousadas cenas de sexo explícito, detecta essas mudanças nos sentidos e nas sensações.
O gênero explícito, hoje, visa o público casual, nem sempre (ou quase nunca) aquele que vai ao cinema. Ao enfileirar uma sucessão de atos sexuais, seu alvo são os cultores de Onan e a freguesia dos motéis. É açougue humano (em geral, com pouco filé e muita muxiba). Com isso, o crivo pornográfico perde o sentido pejorativo. Admitam ou não os penitentes, até mesmo esse produto mercenário existe para suprir certas carências.
Só uma postura moralista e conservadora pode continuar rotulando de "pornô" as picantes e alegres chanchadas do cinema nativo dos anos 1970, o grafismo onírico-erótico de Walerian Borowczyk, a travessa e saudável libidinagem de Tinto Brass (esqueça "Calígula" [1979], produzido e sordidamente remontado pelo editor da "Penthouse"), os manifestos feministas de Catherine Breillat.
E -sobretudo- obras superlativas como "O Império dos Sentidos" (1976), de Nagisa Oshima, "Os Anjos Exterminadores" (2006), de Jean-Claude Brisseau, "O Tédio" (1998), de Cédric Kahn, e o terminal e deflagrador "Saló ou Os 120 Dias de Sodoma" (1975), de Pier Paolo Pasolini. Esses quatro filmes atestam o truísmo de que toda obra de arte deve estimular o intelecto, a sensibilidade, a emoção -e a libido.

EROTISMO E PORNOGRAFIA Jean-Lup Passec, no "Dictionnaire du Cinéma" (ed. Larousse), aponta que o erotismo no cinema tomba sob o impacto de dúvidas semânticas envolvendo as noções de amor, sexo, pornografia etc. Lembra também que, de certa forma, foram os surrealistas os primeiros a rejeitar o termo "pornográfico" como representação trivial do amor físico; afinal, era preciso fazer "dialogar" dois aspectos de um mesmo fenômeno: erotismo e pornografia, imaginação e realidade.
À margem de discussões estéticas ou da evolução da linguagem cinematográfica, ainda nas priscas eras do cinema mudo começavam a surgir os cinegrafistas de ocasião que assolavam os bordéis europeus, em geral acompanhados de um ávido e competente amigo, distribuindo polpudas quantias em dinheiro para "documentar" o amigo desfrutando com galhardia as habilidades das "pensionistas" locais.
Esses "clássicos" foram recentemente reunidos em disputadas coletâneas do gênero "memorabilia" nomeada "Filmes Proibidos dos Bordéis de Paris" e a série "Vintage Erotica". A graça reside, sobretudo, no expediente de esconder a identidade das moças atrás de máscaras carnavalescas. Da mesma cepa histórico-nostálgica destacam-se os primeiros exercícios de enredo, nas obras clandestinas oriundas da Dinamarca. Também vem da terra de Hamlet o pioneiro desenho animado do gênero. Consta que a pérola foi definitivamente perdida.
Aos dez anos descobri -no acervo de rolos em 16 mm de meu falecido pai (que tinha por hábito filmar suas viagens pelo mundo com sua câmera Paillard-Bollex)- um destes filmecos de bordel, na certa comprado em Paris. O homem aparecia mascarado, mas a mulher -de seios imensos e insaciável-, não.
Vi uma única vez, mas o filme nunca saiu da minha cabeça. Dias depois, comentei com meu melhor amigo, na inocência da idade, os detalhes do "achado": "Você não vai acreditar, mas a mulher não faz a barba!".
Diante da profusão de material insípido ou das saliências e reentrâncias postiças difundidas pelo atual cinema explícito, rever esses filmecos arcaicos é um colírio para os olhos e a mente. Júlio Bressane foi visionário ao incluir extratos da série "Vintage Erotica", na busca do sublime insuspeitado, no extraordinário "Filme de Amor" (2003).

SUBVERSÃO No livro "Film as a Subversive Art", o historiador Amos Vogel dá destaque ao artista multimídia Otto Muehl, fundador do "Actionism Viennese", um daqueles raros criadores que jamais separou a arte da vida.
Anarquista influenciado pelos marxistas freudianos (Wilhelm Reich, Herbert Marcuse e Erich Fromm), fundou, nos anos 60, uma comunidade de atores-criadores "documentada" por Dušan Makavejev no caótico e deflagrador "Sweet Movie". A meta declarada, além da invenção artística em grupo, era a destruição, tanto dos conceitos conservadores da arte como da união burguesa e da propriedade privada, celebrando o amor livre e a instrução coletiva das crianças.
O cinema foi apenas um dos meios utilizados pelo grupo em suas performances. Num processo de criação sem amarras, entravam todos os resíduos do corpo humano: sangue, esperma, urina, fezes, vômito etc.
A arte insurreta, a libido e o melancólico final de sua comunidade renderam a Muehl dores de cabeça e prisões. Libertário renitente, ele foi um dos primeiros artistas a abominar o conceito de direito autoral. Seus trabalhos estão disponíveis para download em: ubu.com/film/muehl.html.

REBELDIA DESAFORADA No âmbito da desobediência artística e civil, poucos foram tão radicais e militantes quanto os atrevidos integrantes do "Cinema of Transgression" (ubu.com/film/transgression.html). Nick Zeed, Richard Kern, Lydia Lunch, Tessa-Hughes Freeland e Lung Leg invadiram a cena cultural nova-iorquina dos anos 80 com a palavra de ordem: "Propomos que todas as escolas de cinema sejam asfixiadas e que filmes chatos nunca voltem a ser feitos".
Nascia a expressão audiovisual do movimento punk, com uma série de filmes perturbadores, mas inegavelmente estimulantes em sua rebeldia desaforada. Nessa estética da provocação, não eram racionalizadas as imagens mais abjetas. Nick Zeed se deixou ser espancado até verter sangue abundante, como protagonista e diretor, em "Police Station"; Lydia Lunch foi sodomizada com brutalidade em alguns dos filmes de Richard Kern.
Diz a lenda que Zeed e Kern tentaram ir até o fundo do poço, ensaiando a realização de um autêntico "snuff movie". Contrataram uma prostituta bonita que -segundo amigos- estava com os dias contados por causa de um câncer terminal. A dupla arrumou dinheiro emprestado e combinou pagar metade do cachê um dia antes das filmagens. A futura estrela embolsou a grana e deu no pé. A longa e inútil noite de espera terminou com uma bebedeira memorável e risadas sem fim da própria basbaquice.

POLITIZAÇÃO "Dirty Diaries" (Suécia, 2009) é "um filme pornográfico feminista" que procura uma via de politização da pornografia como meio de celebrar a libertação feminina diante dos padrões estéticos dominantes nas mídias que exploram o erotismo.
No manifesto escrito por Mia Engberg, idealizadora do projeto, e as demais diretoras suecas, anuncia-se em alto e bom som: "Erotismo é bom e nós precisamos dele". São doze curtas-metragens misturando bitolas, animação e estilos, alguns filmados com câmeras de telefone celular (para "libertar a sexualidade feminina").
Pode-se criticar o lugar-comum de alguns episódios, que mimetizam os filmes de Andrew Blake (com o sucesso de seus primeiros e belos exercícios fetichistas, ele acabou se transformando num diluidor de si mesmo), ou -conforme os detratores de Estocolmo- exageram em sua postulação lésbico-ativista. Mas é inegável que o filme "aborda com delicadeza e firmeza a questão da diversidade sexual".

SEXO DOS SAMURAIS Chega a ser paradoxal descobrir que, no país onde a arte sexualizada atinge píncaros de irracionalidade, seja terminantemente proibido mostrar detalhes da genitália humana. No Japão, os closes ginecológicos sempre recebem um borrão quadricular e digitalizado de efeito hilário. O veto casto estimula as mais absurdas perversões e sandices visuais.
Vi inacreditáveis filmes japoneses, com atrizes criminosa e cirurgicamente infladas de silicone, submetidas a sessões de tortura e enemas forçados -tudo isso, por vezes, misturado a toscos efeitos especiais na linha "Jaspion".
No cinema erótico e pornográfico da terra do sol nascente, as mulheres são tratadas feito cachorros de rua. Se as feministas de "Dirty Diaries" conhecessem o longa-metragem "All Women Are Whores" (Shôgorô Nishimura, 1980), iriam se imolar em praça pública. Esse rubi da misoginia levou-me aos estertores da minha tolerância. Erotismo pressupõe alegria, humor, irreverência, jamais desprezo pelo ser humano. Náusea foi a sensação mais gentil que experimentei com este subproduto de sexo simulado.
Fã confesso e extremado de realizadores como Shohei Imamura, Nagisa Oshima, Eizo Sugawa, Yasuzo Masumura, Kiju Yoshida, Kaneto Shindô ou Kon Ichikawa, em cujas filmografias desejo e inconformismo sempre foram manancial dramatúrgico, confesso que não fui muito condescendente com os excessos dos filmes recentes ou menores. Da geração seguinte, salvam-se poucos exemplos: Takashi Miike, Shinya Tsukamoto, Akio Jissoji, Toshiya Fujita e Sogo Ishii.

LIMIARES DO EROTISMO Foram poucos os realizadores importantes que trafegaram nos dois limiares do erotismo. Os cultuados Abel Ferrara, Wes Craven e William Lustig iniciaram suas carreiras com filmes de sexo explícito. "9 Lives of a Wet Pussy" (1976) , de Ferrara, é hoje peça de museu, disputadíssima pelos internautas.
Foi a obra integral de quatro artesãos europeus, porém, que me fez cair de amores por certos filmes nanicos e desaforados. Joe D'Amato, Jesus Franco, Jean Rollin e Joseph Sarno realizaram, em número, mais filmes que cinematografias inteiras de alguns países.
Os quatro experimentaram orçamentos e gêneros os mais diversos, inclusive, os de sexo não simulado. Menosprezados pela crítica durante quatro décadas, hoje são cultuados e receberam recentemente homenagens e retrospectivas na Cinemateca Francesa e em festivais importantes.
O espanhol Jesus Franco é autor de -pelo menos- três clássicos do chamado "softcore", em que o sexo não é explícito: "Eugenie... the Story of Her Journey Into Perversion" (1970), baseado em Sade e com um visual que remete a "O Desprezo", obra-prima de Godard; "Vampiros Lesbos (1971), gema do gênero "lez", com a mítica Soledad Miranda, e "Cartas de Amor de uma Freira Portuguesa" (1977), inspirado na correspondência de sóror Mariana Alcoforado. Seus filmes explícitos, embora não sejam tão memoráveis, possuem uma peculiaridade sublime: o fascínio e entusiasmo com que o obsessivo diretor detalha a genitália de sua mulher, a atriz Lina Romay.
De Jean Rollin, permanecerão na história do cinema francês os poemas oníricos e intimistas protagonizados por vampiras deslumbrantes e insaciáveis.
O nova-iorquino Joseph W. Sarno, recém-falecido, que fez carreira na Suécia, em filmes de sexo não simulado como o delicioso "Butterflies" e "Abigail Lesley Is Back in Town", ambos de 1975, parece ter se filiado à escola naturalista brasileira, inspirando-se em Júlio Ribeiro e Adolfo Caminha.
Deixei para o final o prolífico e desconcertante Joe D'Amato, batizado em 1936, em Roma, como Aristide Massaccesi. Exímio operador de câmera, D'Amato tornou-se um disputado diretor de fotografia, especialista em soluções viáveis para os baixos orçamentos com que trabalhava.
Tornou-se diretor e produtor de mais de 190 longas. Pela diversidade de gêneros, conhecimento técnico e disposição para o trabalho, D'Amato lembra -e muito- o fenômeno brasileiro chamado Oswaldo de Oliveira. Ambos inauguraram alguns dos gêneros mais populares do cinema de sua época e alternaram ótimos e péssimos resultados. O que me entusiasma nesses senhores é o espírito de aventura, o gosto pelo risco e o domínio da gramática do cinema sem nenhuma arrogância.
Guardo com escrúpulo na minha filmoteca pessoal os exemplares: "Buio Omega" (1979), transgressivo, escatológico, mas carinhoso mergulho na necrofilia; "L'Alcova" (1984), melodrama de época inspirado em Gabriele d'Annunzio, de altíssima combustão erótica; e o inacreditável "Marquis de Sade" (1994), "o mais pornô dos filmes pornográficos", fescenina celebração do hedonismo, com as mais bizarras práticas no trajeto rumo ao orgasmo.
Consta que a produção do último filme só pôde ser concluída graças a uma milionária italiana, aristocrata e ninfomaníaca, que investiu milhões de liras sob a condição de ser sodomizada e humilhada pelo maior astro pornô da península Itálica, o Rocco Siffredi. É o que chamo de mecenato!
O cinema de D'Amato é exceção à regra e pode ser chamado, sem ofensa, de "o melhor do pior". Sua irreverência sapeca e sáfica faz um bem danado para mentes e olhos livres.


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