São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros DIÁRIO DE LOS ANGELES Quero ser Tim Burton Passeio pela mente bizarra do diretor FERNANDA EZABELLA Foi o tédio durante a infância em Burbank, na Califórnia, que levou Tim Burton a procurar mundos paralelos desde criança. Seus refúgios escapistas incluíam os filmes de terror da Hollywood dos anos 50 e os monstros destruidores de cidades do Japão. A inclinação do cineasta por enredos e personagens fantásticos veio daí, segundo demonstra a exposição que o Museu de Arte do Condado de Los Angeles (Lacma, na sigla em inglês) dedica a ele. Em cartaz até 31/10, a mostra reúne 700 peças que retraçam a trajetória do diretor de "Alice no País das Maravilhas" (2010). O conjunto inclui vídeos amadores de um Burton em início de carreira, cadernos de anotações, "storyboards", maquetes, fotos e pinturas, além de objetos de cena de alguns de seus longas. Estão lá os bonecos alienígenas de "Marte Ataca!" (1996), os figurinos do emo "avant la lettre" "Edward Mãos de Tesoura" e a indumentária dominatrix de Michelle "Mulher-Gato" Pfeiffer em "Batman - O Retorno" (1992). A partir de uma trinca minimalista (luz fluorescente, carrossel de monstrinhos e música de Danny Elfman, colaborador de Burton), os curadores sugerem o que seria um mergulho na mente do diretor. A sensação só perdura, é claro, até o visitante ser empurrado pelo sujeito afoito ao lado. Além de abrir seu baú para fãs curiosos, Burton selecionou obras da coleção permanente do Lacma que dialogam com seu universo imagético. Pinçou trabalhos de diferentes períodos e latitudes: o maneirismo do século 16, o simbolismo da virada do 20, o expressionismo alemão dos anos 1920 e 1930 e a escola japonesa de representação de figuras fantasmagóricas. Parte da seleção pode ser vista no site lacma.org/timburton, bem como alguns desenhos de sua autoria (como um impagável Ramone) e um vídeo com Burton. BLOCKBUSTER AO VIVO A mais recente überprodução de Hollywood leva assinatura canadense e não é um filme. "Iris" é o novo espetáculo do Cirque du Soleil, que fixará residência no Kodak Theater, palco do Oscar, por dez anos. O show de US$ 100 milhões (R$ 159 mi), com 75 artistas, é uma homenagem à história do cinema, dos filmes mudos à euforia com o 3D, costurando gêneros como faroeste, comédia e ficção científica. A pré-estreia acontece em 21/7, e os ingressos estão à venda em cirquedusoleil.com. Quatro vezes indicado ao Oscar, o Danny Elfman da nota acima responde pela trilha. A direção e o roteiro são do francês Philippe Decouflé, líder da companhia de dança contemporânea parisiense DCA e responsável pela coreografia da abertura da Olimpíada de Inverno de Albertville, em 1992. FUTURAMA O arquiteto John Lautner (1911-1994), celebrizado pelos projetos futurísticos de vidro e concreto em viva alteridade com a natureza que os rodeia, será lembrado numa série de eventos no próximo mês, quando completaria cem anos. A prefeitura declarou 16 de julho Dia de John Lautner. No dia 23, haverá um passeio de cinco horas por quatro casas projetadas por ele: Harpel House (1956), Jacobsen House (1947), Schwimmer House (1982) e Sheats/Goldstein House (1963/1989) estão no itinerário (ingressos em makcenter.org). Uma semana depois, a American Cinematheque exibe três documentários centrados nele, incluindo "The Spirit in Architecture: John Lautner" (o espírito na arquitetura), que lembra como construções oriundas de sua prancheta viraram cenário hollywoodiano. À moda de uma nave espacial estacionada em Hollywood Hills, a Chemosphere (1960) de "Dublê de Corpo" (1984), de Brian De Palma, é uma delas. Lautner é considerado o fundador do "googie", um subgênero da arquitetura futurística, graças ao projeto de um café que fez nos anos 1940, o Googie's Coffee Shop. PARTITURA DE FRODO No começo deste mês, 30 mil pessoas foram a dois concertos no Hollywood Bowl para ouvir duas horas de temas da trilha de "Guerra nas Estrelas", de John Williams. Atrás de orquestra e coral, uma tela mostrava trechos dos seis filmes, com narração ao vivo do ator Anthony Daniels (infelizmente, sem o figurino do robô C-3PO). Sucesso absoluto, "Star Wars In Concert" deu cria e viu nascer "The Lord of the Rings In Concert", que acontecerá em 15/10, com ingressos à venda (lordoftheringsinconcert.com). Na ocasião, será projetada na íntegra "A Sociedade do Anel", com legendas em inglês, para não atrapalhar a Sinfônica de Munique e os dois corais. "As Duas Torres" e "O Retorno do Rei", que fecham a trilogia, ganham roupagem erudita em 2012 e 2013. Texto Anterior: Literatura: O bar de Scott Fitzgerald Próximo Texto: Arquivo aberto: Quando Cabral era gay Índice | Comunicar Erros

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