São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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ILUSTRÍSSIMA SEMANA

O MELHOR DA CULTURA EM 10 INDICAÇÕES

EXPOSIÇÃO

60 anos de arte construtiva no Brasil

Fundador da Escola Superior da Forma de Ulm, na Alemanha, o principal centro da arte concreta europeia, e considerado o introdutor desta vertente no Brasil, o artista plástico suíço Max Bill (1908-94) tornou-se uma referência desde que esteve no país, há 60 anos. De acordo com o crítico Paulo Sergio Duarte, "a presença de Bill e suas obras num país do Terceiro Mundo, em 1950, funcionou muito mais como avalista de ideias em curso e acelerou processos que deram uma nova densidade à arte moderna no Brasil". Duarte avalia que a exposição do suíço, em 1950, no Masp, "foi muito importante para acelerar um processo que já estava em constituição no Brasil". Artistas como Alexandre Wollner e Almir Mavignier foram diretamente influenciados por Bill e pelo que ele trouxe de novidade ao país: o construtivismo. Segundo o crítico Lorenzo Mammì, a arte construtiva "lida com a estrutura das imagens, independentemente de um referente exterior ou da expressão de um sentimento determinado". A ligação de Bill com Wollner e Mavignier completa-se em Ulm, onde os dois últimos estudaram. "Mavignier chegou a ser diretor da escola e desenvolveu sua carreira na Europa. Wollner foi determinante para o desenvolvimento de um design moderno no Brasil", diz Mammì.
Dan Galeria | São Paulo | Até 30/10

Cildo em primeiro plano

Três perguntas a Gustavo Rosa de Moura, diretor do documentário "Cildo", em cartaz em São Paulo e estreia no Rio em 15/10.

O artista plástico Cildo Meireles é o mais importante dos herdeiros de Lygia Clark e Hélio Oiticica?
Não sei. O que sei é que ele é, assim como Hélio e Lygia, uma peça fundamental no quebra-cabeça da arte que se produziu no mundo nas últimas décadas.

Por que o som é um dos pontos fortes deste documentário?
Porque é também na obra do Cildo. E encontra no cinema uma vasta possibilidade de exploração, sensação e sentido. É algo que amplia muito a experiência sensorial de quem assiste ao filme.

Que dificuldades encontrou para rodar o documentário?
Desde 2005 sofremos do velho problema da falta de recursos. Mas, a partir de janeiro de 2008, tudo deslanchou. Esse tempo dilatado foi ótimo pois permitiu que fôssemos construindo uma relação de confiança e amizade.

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AS CONSTRUÇÕES DE BRASÍLIA
A exposição reúne 140 fotos do acervo do Instituto Moreira Salles sobre a construção da capital, realizadas por Marcel Gautherot e Thomaz Farkas, entre outros. Traz também 60 obras de linguagens variadas de artistas como Cildo Meireles e Regina Silveira.
Galeria de Arte do Sesi-SP | 28/9 a 16/1

PUBLICAÇÃO

TRAVA-LÍNGUA VIKING
Reinaldo José Lopes

Em português, não existe nada minimamente parecido com a rima aliterativa germânica na qual foram compostos os poemas esquisitos e soturnamente belos da coletânea "A Lenda de Sigurd & Gudrún". Poucos poetas se deram ao trabalho de dominar esse metro desde que ele caiu no esquecimento no fim da Idade Média. Mas, durante séculos, da Islândia à fronteira alemã com a Polônia, onde quer que uma língua germânica fosse falada, os grandes bardos não rimavam, e sim aliteravam, repetindo sons consonantais nas sílabas tônicas para amarrar seus versos. J.R.R. Tolkien, o autor de "O Senhor dos Anéis", exumou essa métrica para recriar, a partir da mitologia escandinava, a história sangrenta do matador de dragões Sigurd e de sua consorte Gudrún. Para ler ouvindo "A Cavalgada das Valquírias" (de Richard Wagner).
Trad. Ronald Kyrmse Ed. Martins Martins Fontes 440 págs. | R$ 46,50

DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS HUMANAS
Sob a coordenação do sociólogo francês Jean-François Dortier, a obra traz cerca de 900 verbetes sobre conceitos, autores e teorias que dão corpo ao pensamento humanístico contemporâneo do Ocidente.
WMF Martins Fontes | Vários tradutores | 732 págs. | R$ 98

UMBERTO ECO
"A Memória Vegetal e Outros Escritos Sobre Bibliofilia" "Função do bibliófilo é também aquela de testemunhar sobre o passado e o futuro do livro", diz o semiólogo italiano nesta obra sobre a importância do livro para o desenvolvimento da civilização.
Record | Trad. Joana Angélica D'Ávila | 273 págs. | R$ 39,90

SESC_VIDEOBRASIL 6
Com o tema "Turista/Motorista", a publicação discute a tensão entre condutor e conduzido na cultura, na política e no cotidiano. Traz roteiro colaborativo do cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul e do editor da Publifolha Alcino Leite Neto. Edições
Sesc-SP/Assoc. Cultural Videobrasil | 144 págs. | R$ 25

TEMPO SOCIAL 22
A revista traz dossiê sobre cultura e sociedade no Brasil, com capa do ilustríssimo artista plástico J. Miguel e artigo sobre o papel dos pintores Lasar Segall e Xul Solar na vanguarda sul-americana (por Sergio Miceli), entre outros textos.
Departamento de Sociologia da USP | 296 págs. | R$ 18

FILME

POEMA SUJO, 35
O DVD, sob a coordenação do cineasta João Moreira Salles, é uma homenagem aos 80 anos do poeta. "Poema Sujo" foi escrito em 1975, durante o exílio de Gullar em Buenos Aires. O lançamento do DVD será na próxima terça-feira, às 20h, no IMS-RJ.
DVD IMS/VideoFilmes | R$ 45

DEBATE

ALFREDO BOSI
O professor de literatura na USP participa, na sexta, de discussão sobre o seu livro "Ideologia e Contraideologia" (Cia. das Letras), em que analisa a história das ideias no Ocidente. O encontro terá o filósofo Franklin Leopoldo e Silva e a historiadora Elizabeth Cancelli como debatedores.
IEB-USP | SP | 1°/10, às 14h30


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