São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2010

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ILUSTRÍSSIMA SEMANA
O MELHOR DA CULTURA EM 7 INDICAÇÕES

CRÍTICA

A aventura surrealista
Para o poeta e editor Sergio Cohn, o trabalho do ensaísta e artista plástico Sergio Lima sobre a história e a influência do surrealismo no Brasil é uma obra de fôlego, em que o autor exercita "um belíssimo domínio da linguagem".
A fim de dissecar o papel da vanguarda na formação da arte moderna brasileira, Sergio Lima empreendeu extensa pesquisa, cujo segundo tomo (primeira parte), recém-lançado, investiga a influência do movimento no Brasil entre 1901 e 1920 e traz minuciosa cronologia sobre os principais grupos e obras ligados à vanguarda.
O primeiro tomo (que trata das vertentes formadoras do surrealismo) foi publicado em 1995. Ainda serão lançados mais dois volumes, um sobre os anos 1921-30 e outro com antologia do surrealismo no Brasil.
Cohn avalia que o movimento surrealista "teve um impacto grande no país, principalmente na década de 1920, mas acabou sendo uma influência intermitente e muitas vezes subterrânea". Por isso, destaca a importância do trabalho de Sergio Lima, "um erudito no tema".
Edusp | 624 págs. | R$ 104

LIVROS

"Livros infantis têm sido excluídos da história literária"
O professor emérito na Universidade de Cardiff, no Reino Unido, Peter Hunt, autor de "Crítica, Teoria e Literatura Infantil" (Cosac Naify, trad. Cid Knipel, 328 págs., R$ 59), analisa os livros para crianças.

Em que a literatura infantil se diferencia de outras formas literárias?
A grande diferença é que ela contém alguma ideia sobre a criança ou sobre a infância. Porém, há sempre um adulto escondido num livro infantil.

Há complexo de inferioridade na literatura para crianças?
Sim, mas somente porque muitos adultos pensam que ela deve ser simples porque é para crianças. Livros infantis têm sido excluídos da história literária.
Isto está mudando, em parte porque os livros para crianças são agora financeiramente muito importantes para os editores.

A legitimação crítica da literatura infantil está consolidada?
Não. Mas, agora que muitas universidades estão encarando seriamente os livros para crianças, a literatura infantil está mais legitimada.
(Leia a íntegra em folha.com/ilustrissima)

CONFERÊNCIAS SOBRE JOAQUIM NABUCO
Em dois volumes, reúne ensaios sobre conferências proferidas pelo diplomata e escritor brasileiro nas universidades de Yale e Wisconsin, nos EUA, entre 1908 e 1909. Primeiro embaixador do Brasil nos Washington, Nabuco manteve atividades como conferencista, em que abordava temas como literatura camoniana e relações entre Brasil e EUA.
Bem-Te-Vi | Kenneth D. Jackson e Severino J. Albuquerque (orgs.) 708 págs. | R$ 118

MIGUEL DE CERVANTES
"Três Novelas Exemplares"
Segundo volume da obra contendo 12 novelas que o autor do "Quixote" publicou em 1613, sob o título de "Novelas Exemplares de Honestíssimo Entretenimento", traz as narrativas "A Espanhola Inglesa", " A Senhora Cornélia" e "A Ilustre Criada". Predomina o tom exemplar em contraponto à mistura de realismo e sátira.
Arte & Letra | trad. Nylcéa Thereza de Siqueira Pedra 184 págs. | R$ 32

INTERNET

RÁDIO BATUTA
A emissora on-line do Instituto Moreira Salles entra no ar na terça-feira com programação coordenada pelo ensaísta e letrista Francisco Bosco e pautada no acervo musical da entidade. Com mais de 100 mil canções, muitas delas de bambas como Pixinguinha e Noel Rosa, a coleção do IMS inclui, por exemplo, raridades da discoteca do pesquisador José Ramos Tinhorão.
ims.uol.com.br/radiobatuta

BIBLIOTECA DIGITAL DE CARTOGRAFIA HISTÓRICA
O Instituto de Estudos Brasileiros da USP e o projeto Dimensões do Império Português inauguram na quarta-feira um site que reúne mapas e documentos confeccionados entre os séculos 16 e 19, com registros do território brasileiro e da América do Sul. Sob a guarda provisória do Estado, a coleção pertenceu ao ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira.
mapashitoricos.usp.br

DANÇA

PALCOS DA DANÇA
Ernane Guimarães Neto
Para quem pensa que "teatro da dança" é só um suntuoso projeto estatal destinado à elite do palco e da plateia, vale uma visita ao Teatro de Dança, no centro de São Paulo. A sala subterrânea é a principal sede da segunda Plataforma Estado da Dança. (confira a programação completa em folha.com/ilustrissima)
Lá, investimentos oficiais mais modestos erigem a cena atual, cujo cimento são projetos vencedores do Programa de Ação Cultural.
Quem estranha as formas da dança contemporânea, apesar de repetidas, pode se escorar nos nomes das obras: o destaque da mostra, "Ma be Ma", do internacional Tadashi Endo, alude a Manabu Mabe. "Rútilo Nada", de Wellington Duarte e Donizeti Mazonas, a Hilda Hilst; e "Clariarce", de Jussara Miller, a Clarice Lispector.
Plataforma Estado da Dança São Paulo | De 1° a 12/9



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