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Ciberarquiteto

Menos contemplação

A cultura digital nos permite exercer o que parece mais natural, como transformar e customizar

Você se lembra, lá nos anos 1990, quando o Tony Ramos nos perguntava ao término do programa: "Qual você prefere? Você escolhe o final, você decide!"? E o desdobramento da história mais votada pelo telefone era o que assistíamos na TV.

Pouco antes, o recém-chegado controle remoto nos permitia a maravilha de trocar de canal sem precisar se levantar, zapeando e trazendo o gostinho da edição de conteúdo.

Quantas vezes você ligou numa rádio para pedir aquela música incrível? Depois cruzava os dedos ouvindo o "Top 10" e torcendo para sua música tocar.

Quando finalmente ela soava na rádio, num legítimo gesto ninja, apertávamos os botões "rec" e "play", sincronizadíssimos. E rezávamos em voz baixa, implorando para o locutor não fazer propaganda bem no meio da música.

Ao final desse processo tão precioso, tínhamos uma joia em mãos: uma fita cassete contendo nossas trilhas favoritas, nos dois lados (sim, uma fita cassete tem dois lados de 30 minutos cada, caso você jovem leitor não saiba). Era nossa própria seleção, para ouvirmos ao nosso próprio tempo.

E, então, entendemos que podíamos editar as informações e que, assim como a cultura, as mídias são elásticas. Aprendemos aos poucos que somos todos geradores de conteúdos.

A MTV Brasil, por exemplo, foi fundamental nesse processo. Chegando em 1990, ela permitiu que editássemos nos fitões de VHS nossas seleções de clips e documentários, com o ainda negro Michael Jackson, o ainda vivo Nirvana e a ainda cool Madonna.

Esses exemplos são resíduos das origens do nosso comportamento inquieto e interativo, que já não aceita, como as gerações anteriores, o ambiente imposto. Encontramos na cultura digital a possibilidade de exercer o que nos parece mais natural, como transformar, customizar e hackear o nosso ambiente.

Parece que o digital nos torna mais orgânicos do que nunca. Um novo design parece acompanhar tal processo, amparado pelas tecnologias numéricas, tornando-se mais flexível, editável e reconfigurável, estimulando o ser criativo que existe dentro de todos nós.


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