Passar o Carnaval na praia custará mais que Réveillon
Preço dispara com alta procura por aluguel por temporada no litoral de SP
Especialistas lembram que ser flexível com o perfil e a localização do imóvel pode render descontos na locação
Mesmo com os altos preços cobrados na virada do ano, as diárias nas praias do litoral paulista subiram ainda mais para o Carnaval. Houve alta de até 66% em relação ao que era cobrado no Réveillon, segundo sites especializados em locação por temporada.
Em Ubatuba, a praia mais procurada para o feriado, o preço da diária em uma quitinete saltou de R$ 300 para R$ 500, segundo os sites Alugue Temporada e Voltem.
Com vida noturna agitada, Maresias, em São Sebastião, também teve reajuste, com a diária em quitinete passando de R$ 500 para R$ 600. As casas com três quartos ou mais não registraram aumento em relação ao Ano-Novo.
Mas não foi apenas o litoral norte que registrou aumento de preços. No Guarujá -que havia registrado alta de 400% nos preços para o Ano-Novo-, o preço médio para locação de quitinete é de R$ 600, ante os R$ 400 cobrados no final de 2014.
Segundo os sites, os anúncios mais consultados são os de quitinetes e de casas de até dois quartos, tanto no litoral norte quanto no litoral sul. A média de estadia para o Carnaval é de quatro a cinco dias.
FERIADO EM GRUPO
Segundo o site de aluguel por temporada Airbnb, dos hóspedes que ficaram no litoral paulista no ano passado, 59% alugaram uma casa ou apartamento inteiro.
Para Eduardo Serrado, fundador do site de ofertas por temporada Voltem, o público que busca a locação no Carnaval é diferente. "A maior procura no site é de jovens entre 20 e 30 anos, que viajam com os amigos", diz.
Segundo o Alugue Temporada e o Voltem, os anúncios mais consultados são os de quitinetes e de casas com até dois quartos, tanto no litoral norte quanto no litoral sul, por até cinco dias, em média.
Sites de busca de hospedagem podem ajudar na comparação de preços, mas, como os imóveis menores têm mais procura e são locados primeiro, ser flexível com o perfil e a localização pode render bons descontos.
Para não estragar o descanso, Jaques Bushatsky, diretor de Legislação do Inquilinato do Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário), diz que é importante escolher sites confiáveis e optar por imóveis que tenham avaliações de outros hóspedes.
"É bom pedir uma lista dos utensílios e eletrodomésticos que estão no imóvel, como geladeiras e ventiladores", recomenda Bushatsky.
Outra dica é não pagar o valor integral na entrada. "Dê um sinal e o resto ao chegar ou sair do apartamento", diz.
ETIQUETA DE VERÃO
Conhecer e respeitar as regras do condomínio são obrigações também de quem quer alugar um imóvel no litoral.
Sergio Meira, diretor de Condomínios do Secovi-SP, diz que as normas de uso das áreas comuns -como os horários da piscina e da churrasqueira- devem ser observadas pelo locatário.
"O ideal é entregar um kit boas-vindas ao locatário com cópia do regulamento interno e as principais regras que deverão ser cumpridas", diz.
Evitar excessos também é regra básica. Barulho após o horário permitido é um dos principais motivos de reclamações nos condomínios.
Deise Miréia, 33, que é empresária do ramo de arquitetura e decoração, fechou a locação de sua cobertura com vista para o mar no Guarujá na última semana para um grupo de 12 pessoas, mas só depois de muita negociação.
"Temos uma regra, inclusive em contrato: sujou, limpou", diz. Para evitar sustos, além dos R$ 4.500 de aluguel, ela cobra uma taxa extra de R$ 250 para a faxina. "Fico em contato com o porteiro para saber se os inquilinos estão se comportando", conta.
O síndico deve mediar qualquer problema que o locatário tiver. O Secovi recomenda que os funcionários do prédio fiquem de plantão nos feriados.