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Micro Apê

Apartamentos compactos despertam o interesse de construtoras e compradores

Simon Plestenjak/Folhapress
A arquiteta Juliana Neves, que mora em um apartamento de 43 m²
A arquiteta Juliana Neves, que mora em um apartamento de 43 m²

JULIANA CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No mês passado, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, propôs um plano para a construção de microapartamentos com metragens que variam de 26 metros quadrados a 28 metros quadrados, com o objetivo de atender a uma demanda cada vez mais expressiva: de solteiros e casais sem filhos.

A prefeitura espera receber propostas de empreendimentos entre oito e dez andares, com 80 unidades. Caso dê certo, as autoridades planejam reduzir o tamanho mínimo dos imóveis de 37 m² -segundo lei de 1987- para 26 m².

Pesquisa divulgada pelo Secovi (sindicato da habitação) na última semana aponta que imóveis menores vêm ganhando importância em São Paulo. Enquanto a venda de apartamentos de quatro dormitórios caiu 9,9% no primeiro semestre, a venda de unidades com dois quartos representou 52% do total.

"São Paulo está se aproximando de Nova York na falta de terrenos e na alta do preço dos imóveis", diz Claudio Bernardes, presidente do sindicato. "Não existe outra alternativa a não ser fazer uma cidade compacta, que caiba no bolso de quem quer morar nas regiões mais nobres."

Os empreendimentos compactos são moradias entre 24 m² e 40 m² dirigidas a um público que prioriza a localização e os atrativos do condomínio em detrimento do espaço interno.

"Existe uma demanda crescente por esse tipo de produto, principalmente em regiões bem servidas de transporte coletivo", afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor de estudos especiais da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio). "O preço do imóvel precisa caber no bolso. Se os incorporadores fazem produtos na faixa de R$ 90 mil a R$ 130 mil, conseguem vender rapidamente."

"É um teste de paciência com o parceiro", diz a advogada Márcia Menezes, 32, sobre a sensação de dividir um apartamento de 32 m² no Alto de Pinheiros com o noivo. "Quando entro em uma loja, a preocupação dele não é com o quanto vou gastar, mas onde vou colocar as coisas novas." O casal já teve de guardar roupa de cama em um armário na cozinha.

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