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Lugar para um

Cresce número de lançamentos de um dormitório na cidade; empreendimentos apostam em área comum compartilhada

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A irmã que irrita; a mãe e o pai que cobram horários; o amigo divertido que topou dividir apê e depois se mostrou um belíssimo bagunceiro.

E então o jeito foi apostar em outro estilo de vida, em um lugar onde é permitido fazer xixi de porta aberta, deixar a louça para o dia seguinte, ouvir música no volume adequado -ou em um volume nem tão adequado assim.

Há cinco anos, quem optasse por morar sozinho teria dificuldade de encontrar um imóvel novo em folha. Apenas 1% dos lançamentos imobiliários em São Paulo, em 2007, tinha esse perfil.

Mas a demanda de solteirões, divorciados, viúvos e casais que se separaram pressionou de um lado, pressionou do outro e acabou dando novo norte ao mercado. Apartamentos para uma pessoa voltaram a ter espaço em um setor que andava apostando na vida familiar.

Em 2011, o número de residências com apenas um dormitório saltou para 17% dos lançamentos em todo o município, segundo pesquisa do Secovi-SP (sindicato da habitação).

A maior parte dos projetos voltados para uma pessoa está na região central da cidade, diz Daniel Berrettini, gerente de marketing da construtora You,Inc, que está desenvolvendo um projeto na rua Paim com residências de 35 metros quadrados a 70 metros quadrados. Há cinco anos, a pequena via, vizinha à rua Frei Caneca, era ocupada por casas e cortiços. Um shopping e outros estabelecimentos que abriram nos arredores valorizaram a região.

Berrettini diz que a You,Inc percebeu, por meio de pesquisas e pelo contato direto com clientes, que havia uma forte demanda por apartamentos compactos ali. "São residências para quem passa muito tempo na rua, quer estar próximo a pontos culturais e costuma usar transporte público", avalia.

A oferta de crédito para compra de imóveis também determinou o crescimento. "Antes, comprava-se imóvel só depois dos 40 anos. Hoje, já vendemos para jovens com idade a partir dos 25 anos."

Um levantamento da Caixa Econômica Federal que divide o perfil etário de quem pede crédito para compra de imóveis mostra que, entre os que tem menos de 35 anos, o índice subiu de 54,1% para 58,1% entre 2002 e 2012 -um crescimento de 4%. Houve queda de 2,9% entre pessoas com idade entre 36 e 45 anos.

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