Para o Procon, não há obrigação de simular gasto final se há correções

DA REDAÇÃO

Os bancos são obrigados a colocar em seus sites e a informar aos clientes, na agência ou por telefone, o valor total gasto no financiamento só se o plano é da modalidade de parcelas pré-fixadas, que não são corrigidas ao longo do tempo.
O parecer é de Renata Reis, 33, técnica do Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor).
"Nos planos que envolvem a correção das mensalidades por uma taxa que vai variar no futuro, como a TR [Taxa Referencial], não há essa obrigação", sentencia.
"Por mais que a economia esteja sólida e se possa fazer uma estimativa do comportamento da taxa, o evento futuro é incerto", explica.
"Se for à Justiça para reclamar de que não obteve o valor total no site, a pessoa deverá perder a causa."
Mas, se o financiamento tem mensalidades pré-fixadas, a instituição financeira deve informar o total gasto mesmo na fase de pré-contrato, o que inclui a simulação na internet.
"Se o banco não informar, caberá até uma reclamação no Procon", orienta Reis.
Os sites consultados pela reportagem não explicitam o montante total despendido nem mesmo nas simulações para os planos de crédito de parcelas fixas.

Faça as contas
Mas, nesse caso, se o valor da parcela é fornecido, uma conta simples já permite que se calcule o total que será pago: basta que a mensalidade seja multiplicada pelo número de meses do plano -20 anos, por exemplo, somam 240.
Se as parcelas são variáveis, a dica é ir ao banco e solicitar uma planilha com o valor discriminado de cada uma delas -muitos deles a fornecem. A soma de todas dará o preço final do financiamento.
"Mas essa conta só valerá se os valores das parcelas incluírem os juros e a correção por uma TR estimada", aponta o economista Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac.
(EDSON VALENTE)


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