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A SENHORA DO CASTELO
Posição da guarita fica em segundo plano na elaboração de projetos; sindicato não orienta
Segurança é "item de acabamento"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não são poucos os moradores que costumam alardear as
vantagens da área de lazer de
seu condomínio: spa, quadra de
squash, campo de golfe.
Contam-se nos dedos, porém, os que escolheriam para a
lista de benefícios uma bem-acabada guarita blindada, ladeada por eclusas de pedestres
e de veículos e com sistema de
intertravamento automático.
Apesar de o item segurança
ser uma das razões para a expansão dos condomínios no
país, a constatação dos especialistas é a de que o assunto ainda
é relegado a segundo plano -e
não apenas pelos moradores.
Também no projeto do imóvel a segurança é muitas vezes
colocada para escanteio. "A segurança é tratada, normalmente, apenas na fase de acabamento da obra", diz David Fernandes, da Previne Security.
O SindusCon-SP (sindicato
de construtoras) informou à
Folha, pela assessoria de imprensa, que procedimentos como posicionamento da guarita
ainda não foram depurados pela entidade, e que não há orientação específica sobre eles.
A dica do arquiteto Wilson
Marchi, da EGC Arquitetura, é
estudar com atenção as plantas
para entender a disposição da
guarita, além do sistema de segurança, que precisa estar detalhado no memorial descritivo.
"Diante do encantamento
com áreas de lazer e localização
do imóvel, a pessoa acaba dando menos prioridade aos itens
de segurança, sem questionar
sua funcionalidade."
O resultado de um descuido
nesse projeto reflete-se, via de
regra, em muita dor de cabeça e
prejuízo para os condôminos.
Em janeiro deste ano, o prédio em Perdizes (zona oeste)
onde mora o engenheiro Luiz
Boffa foi entregue com uma
guarita de visual arrojado -como previsto no memorial.
Poucas semanas depois, porém, funcionários e moradores
perceberam que a beleza da
guarita era inversamente proporcional à sua funcionalidade.
"De dentro da guarita, o zelador não vê com clareza o portão
de pedestres nem o de veículos.
Aí não adianta nada", diz Boffa.
Identificado o erro da planta,
os moradores contrataram
uma empresa de segurança para dar plantão nos portões, como paliativo. Para pagar, cada
apartamento teve de contribuir
com R$ 100 mensais -quase
20% do valor do condomínio.
Troca da guarita
Depois de seis meses, nova
assembléia definiu que era necessário reconstruir a guarita
de forma adequada -blindada- e em local apropriado.
Com isso, os moradores terão
de contribuir para o fundo de
segurança por mais 24 meses.
"E, para mudar a guarita de
lugar, precisaremos obter autorização da prefeitura para o
projeto modificativo, o que
nem sempre é tão fácil."
Empresas de segurança já
desenvolvem estratégias de segurança eletrônica na planta. A
Siemens tem uma unidade só
para esse tipo de demanda, a
Building Technologies. Na fase
de projeto, é pensada a infra-estrutura necessária para a instalação de equipamentos como
câmeras e sensores.
(CCJ)
SEGURANÇA NA PLANTA
Siemens: 0800-7038188
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