São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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A SENHORA DO CASTELO

Posição da guarita fica em segundo plano na elaboração de projetos; sindicato não orienta

Segurança é "item de acabamento"

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não são poucos os moradores que costumam alardear as vantagens da área de lazer de seu condomínio: spa, quadra de squash, campo de golfe.
Contam-se nos dedos, porém, os que escolheriam para a lista de benefícios uma bem-acabada guarita blindada, ladeada por eclusas de pedestres e de veículos e com sistema de intertravamento automático.
Apesar de o item segurança ser uma das razões para a expansão dos condomínios no país, a constatação dos especialistas é a de que o assunto ainda é relegado a segundo plano -e não apenas pelos moradores.
Também no projeto do imóvel a segurança é muitas vezes colocada para escanteio. "A segurança é tratada, normalmente, apenas na fase de acabamento da obra", diz David Fernandes, da Previne Security.
O SindusCon-SP (sindicato de construtoras) informou à Folha, pela assessoria de imprensa, que procedimentos como posicionamento da guarita ainda não foram depurados pela entidade, e que não há orientação específica sobre eles.
A dica do arquiteto Wilson Marchi, da EGC Arquitetura, é estudar com atenção as plantas para entender a disposição da guarita, além do sistema de segurança, que precisa estar detalhado no memorial descritivo.
"Diante do encantamento com áreas de lazer e localização do imóvel, a pessoa acaba dando menos prioridade aos itens de segurança, sem questionar sua funcionalidade."
O resultado de um descuido nesse projeto reflete-se, via de regra, em muita dor de cabeça e prejuízo para os condôminos.
Em janeiro deste ano, o prédio em Perdizes (zona oeste) onde mora o engenheiro Luiz Boffa foi entregue com uma guarita de visual arrojado -como previsto no memorial.
Poucas semanas depois, porém, funcionários e moradores perceberam que a beleza da guarita era inversamente proporcional à sua funcionalidade.
"De dentro da guarita, o zelador não vê com clareza o portão de pedestres nem o de veículos. Aí não adianta nada", diz Boffa.
Identificado o erro da planta, os moradores contrataram uma empresa de segurança para dar plantão nos portões, como paliativo. Para pagar, cada apartamento teve de contribuir com R$ 100 mensais -quase 20% do valor do condomínio.

Troca da guarita
Depois de seis meses, nova assembléia definiu que era necessário reconstruir a guarita de forma adequada -blindada- e em local apropriado. Com isso, os moradores terão de contribuir para o fundo de segurança por mais 24 meses.
"E, para mudar a guarita de lugar, precisaremos obter autorização da prefeitura para o projeto modificativo, o que nem sempre é tão fácil."
Empresas de segurança já desenvolvem estratégias de segurança eletrônica na planta. A Siemens tem uma unidade só para esse tipo de demanda, a Building Technologies. Na fase de projeto, é pensada a infra-estrutura necessária para a instalação de equipamentos como câmeras e sensores. (CCJ)


SEGURANÇA NA PLANTA
Siemens:
0800-7038188


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