São Paulo, domingo, 4 de janeiro de 1998.



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Pelourinho abriga 318 empresas privadas

CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador

Cerca de 320 dos 700 imóveis restaurados pelo governo baiano no Pelourinho (centro histórico de Salvador) estão hoje alugados para a iniciativa privada.
"Além de realizar benfeitorias nos prédios, as empresas são nossas parceiras nos trabalhos de manutenção", diz a diretora do Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico Cultural), Adriana Castro.
A política de conservação adotada pelo governo baiano no centro histórico de Salvador vem obtendo excelentes resultados, de acordo com a diretora.
"A qualidade e a variedade dos bares, restaurantes, teatros e lojas fazem com que o Pelô esteja sempre cheio de turistas e moradores."
Adriana Castro afirma também que os imóveis tendem a se desgastar mais quando não há uso.
"A geração de capital estimula os comerciantes locais a manter o patrimônio. E a beleza do acervo sensibiliza os turistas."
A diretora do Acopelô (Associação dos Comerciantes do Pelourinho), Ana Lúcia Passos de Almeida, acredita que a parceria entre a prefeitura, o governo do Estado e a iniciativa privada é vantajosa para todas as partes.
"O poder público ganha com o estímulo ao turismo, com a geração de empregos, a arrecadação de impostos. E a iniciativa privada, com o comércio", diz.
Adriana Castro afirma que, além de um contrato de cessão de uso com prazo médio de três anos, os comerciantes do Pelourinho também têm o compromisso de submeter os projetos de decoração e arquitetura ao Ipac. "Não podemos permitir que haja descaracterização dos prédios."
A médica carioca Regina Oliveira Santana, 32, desde o fim dos anos 80 passa pelo menos uma semana por ano na capital baiana.
"Quem viu o centro histórico completamente degradado e o observa hoje percebe claramente que a parceria entre a iniciativa privada e o governo foi fundamental para recuperar esse patrimônio de todos os brasileiros."
O comerciante Reginaldo Albuquerque trabalha no Pelourinho como administrador de um restaurante há três anos.
"Depois das obras de recuperação, o Pelourinho se transformou na maior atração turística da capital baiana."
Para incentivar a iniciativa privada a investir no centro histórico, o Desembanco (Banco de Desenvolvimento da Bahia) mantém uma linha de crédito aos empresários interessados.
Os imóveis que não são administrados pela iniciativa privada são teatros, residências, museus, entidades públicas e associações sem fins lucrativos.
Desde que o governo baiano iniciou as obras de recuperação do centro histórico de Salvador, já foram investidos US$ 100 milhões nos projetos.
Tombado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) como patrimônio da humanidade, o centro histórico de Salvador possui 2.933 casarões dos séculos 17 e 18.



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