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Pelourinho abriga 318 empresas privadas
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador
Cerca de 320 dos 700 imóveis restaurados pelo governo baiano no
Pelourinho (centro histórico de
Salvador) estão hoje alugados para
a iniciativa privada.
"Além de realizar benfeitorias
nos prédios, as empresas são nossas parceiras nos trabalhos de manutenção", diz a diretora do Ipac
(Instituto do Patrimônio Artístico
Cultural), Adriana Castro.
A política de conservação adotada pelo governo baiano no centro
histórico de Salvador vem obtendo
excelentes resultados, de acordo
com a diretora.
"A qualidade e a variedade dos
bares, restaurantes, teatros e lojas
fazem com que o Pelô esteja sempre cheio de turistas e moradores."
Adriana Castro afirma também
que os imóveis tendem a se desgastar mais quando não há uso.
"A geração de capital estimula
os comerciantes locais a manter o
patrimônio. E a beleza do acervo
sensibiliza os turistas."
A diretora do Acopelô (Associação dos Comerciantes do Pelourinho), Ana Lúcia Passos de Almeida, acredita que a parceria entre a
prefeitura, o governo do Estado e a
iniciativa privada é vantajosa para
todas as partes.
"O poder público ganha com o
estímulo ao turismo, com a geração de empregos, a arrecadação de
impostos. E a iniciativa privada,
com o comércio", diz.
Adriana Castro afirma que, além
de um contrato de cessão de uso
com prazo médio de três anos, os
comerciantes do Pelourinho também têm o compromisso de submeter os projetos de decoração e
arquitetura ao Ipac. "Não podemos permitir que haja descaracterização dos prédios."
A médica carioca Regina Oliveira
Santana, 32, desde o fim dos anos
80 passa pelo menos uma semana
por ano na capital baiana.
"Quem viu o centro histórico
completamente degradado e o observa hoje percebe claramente que
a parceria entre a iniciativa privada e o governo foi fundamental para recuperar esse patrimônio de
todos os brasileiros."
O comerciante Reginaldo Albuquerque trabalha no Pelourinho
como administrador de um restaurante há três anos.
"Depois das obras de recuperação, o Pelourinho se transformou
na maior atração turística da capital baiana."
Para incentivar a iniciativa privada a investir no centro histórico,
o Desembanco (Banco de Desenvolvimento da Bahia) mantém
uma linha de crédito aos empresários interessados.
Os imóveis que não são administrados pela iniciativa privada são
teatros, residências, museus, entidades públicas e associações sem
fins lucrativos.
Desde que o governo baiano iniciou as obras de recuperação do
centro histórico de Salvador, já foram investidos US$ 100 milhões
nos projetos.
Tombado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura) como patrimônio da humanidade, o
centro histórico de Salvador possui 2.933 casarões dos séculos 17 e
18.
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