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HISTÓRIA PRESERVADA
Edifício da Eletropaulo, no centro de São Paulo, abrigará um shopping center popular
Projeto mantém a fachada original
CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local
O edifício Alexandre Mackenzie,
construído em 1929 pelo escritório
do arquiteto Ramos de Azevedo
-autor do projeto do Teatro Municipal-, está passando por uma
reforma e abrirá suas portas com
um novo perfil.
A partir de outubro, o imóvel
que fica em cima do viaduto do
Chá, no centro de São Paulo, será
sede do Shopping Light, cujas
obras de restauração estão sendo
executadas pela construtora norte-americana Turner.
Em 90, foi aberta uma concorrência pública para que empresas
apresentassem projetos de uso para o imóvel. A empresa que ganhasse a concorrência teria que recuperar o edifício.
O Fundo Birmann, com o projeto de construção de um shopping
center, ganhou a concessão e recebeu o direito de uso do imóvel por
um período de 50 anos.
Nos dois primeiros anos, serão
repassados para a Eletropaulo 27%
da renda bruta do shopping. A
partir do terceiro ano, o repasse
será de 28%.
Segundo Eduardo Tavares, da
CEI Empreendimentos (que, com
o Fundo Birmann, é uma das realizadoras do empreendimento), o
investimento está sendo de R$ 40
milhões (construção e reforma).
A previsão é que o shopping gere
um volume de vendas da ordem de
R$ 50 milhões por ano.
Além das reformas e adaptações,
está sendo construído um anexo
de 9.000 m2, onde funcionava o
antigo restaurante Panamericano.
A fachada original do prédio está
sendo preservada, e o projeto prevê a redistribuição de algumas
áreas internas. O trabalho vem
sendo acompanhado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado
de São Paulo).
Para Tavares, pela própria característica de preservação do empreendimento, o shopping vai
manter as características arquitetônicas do imóvel, criando um
contraste com a parte nova.
Ao todo, o Shopping Light vai
ocupar uma área de 38.000 m2,
sendo 19.300 m2 distribuídos em
cerca de 270 lojas. Até mesmo pelas características originais do prédio, ele não terá estacionamento.
"O nosso público vai a pé para o
centro. São essas pessoas que vamos atingir", afirma Tavares.
Segundo ele, uma pesquisa mostrou que circulam pelo viaduto do
Chá diariamente entre 800 mil e 1
milhão de pessoas. "Com esse fluxo de pessoas, a tendência é ser um
empreendimento de sucesso."
Depois da inauguração do shopping e da desocupação total da Eletropaulo, ainda sem data prevista,
será implantado no prédio um
centro cultural, em área de 1.300
m2.
O projeto será desenvolvido em
conjunto com as empresas e a Secretaria Municipal de Cultura.
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