São Paulo, domingo, 4 de janeiro de 1998.



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HISTÓRIA PRESERVADA
Edifício da Eletropaulo, no centro de São Paulo, abrigará um shopping center popular
Projeto mantém a fachada original

CLEIDE FLORESTA
da Reportagem Local

O edifício Alexandre Mackenzie, construído em 1929 pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo -autor do projeto do Teatro Municipal-, está passando por uma reforma e abrirá suas portas com um novo perfil.
A partir de outubro, o imóvel que fica em cima do viaduto do Chá, no centro de São Paulo, será sede do Shopping Light, cujas obras de restauração estão sendo executadas pela construtora norte-americana Turner.
Em 90, foi aberta uma concorrência pública para que empresas apresentassem projetos de uso para o imóvel. A empresa que ganhasse a concorrência teria que recuperar o edifício.
O Fundo Birmann, com o projeto de construção de um shopping center, ganhou a concessão e recebeu o direito de uso do imóvel por um período de 50 anos.
Nos dois primeiros anos, serão repassados para a Eletropaulo 27% da renda bruta do shopping. A partir do terceiro ano, o repasse será de 28%.
Segundo Eduardo Tavares, da CEI Empreendimentos (que, com o Fundo Birmann, é uma das realizadoras do empreendimento), o investimento está sendo de R$ 40 milhões (construção e reforma).
A previsão é que o shopping gere um volume de vendas da ordem de R$ 50 milhões por ano.
Além das reformas e adaptações, está sendo construído um anexo de 9.000 m2, onde funcionava o antigo restaurante Panamericano.
A fachada original do prédio está sendo preservada, e o projeto prevê a redistribuição de algumas áreas internas. O trabalho vem sendo acompanhado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).
Para Tavares, pela própria característica de preservação do empreendimento, o shopping vai manter as características arquitetônicas do imóvel, criando um contraste com a parte nova.
Ao todo, o Shopping Light vai ocupar uma área de 38.000 m2, sendo 19.300 m2 distribuídos em cerca de 270 lojas. Até mesmo pelas características originais do prédio, ele não terá estacionamento. "O nosso público vai a pé para o centro. São essas pessoas que vamos atingir", afirma Tavares.
Segundo ele, uma pesquisa mostrou que circulam pelo viaduto do Chá diariamente entre 800 mil e 1 milhão de pessoas. "Com esse fluxo de pessoas, a tendência é ser um empreendimento de sucesso."
Depois da inauguração do shopping e da desocupação total da Eletropaulo, ainda sem data prevista, será implantado no prédio um centro cultural, em área de 1.300 m2.
O projeto será desenvolvido em conjunto com as empresas e a Secretaria Municipal de Cultura.



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