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ORÇAMENTO ANUAL
Renegociação de fornecedor deve considerar qualidade
Manutenção malfeita pode acarretar custo emergencial bem maior
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Fazer o orçamento é uma boa
oportunidade para repensar
maneiras de conter gastos, aplicar recursos com mais racionalidade, negociar com fornecedores condições mais favoráveis e, eventualmente, cortar
despesas ordinárias supérfluas.
Mas é preciso fazer tudo isso
com cuidado e nunca levar em
conta apenas a questão financeira, alertam os especialistas
ouvidos pela Folha. Como diz o
ditado popular, o barato sai caro na maioria das vezes.
"Mesmo a racionalização de
recursos não deve ser feita tendo em vista apenas economia,
pois isso pode prejudicar a manutenção, por exemplo, e acarretar um custo emergencial
bem maior", diz Angélica Arbex, gerente da Lello Administradora. "Tudo deve ser feito
sem prejudicar a qualidade."
Para racionalizar o orçamento, ela recomenda que se comece analisando o gasto com funcionários, por ser um dos mais
substanciais do condomínio.
"É importante checar o número de horas extras pagas durante o ano. Por vezes, gasta-se
muito com isso para evitar novas contratações sem perceber
que um folguista sairia mais
barato", fala Arbex.
Cargos de confiança
A terceirização da mão-de-obra tem sido opção em vários
condomínios, mas o síndico
Reginaldo Corrêa dos Santos
ainda não implantou esse tipo
de contratação em seu prédio
no Morumbi (zona oeste).
Para ele, serviços como portaria são "cargos de confiança".
Santos prefere conduzir contratações e escolhas sem delegar essa tarefa a terceirizadas
que, considera o síndico, em geral não são tão rigorosas.
Ele também não vê muita
vantagem financeira nesse tipo
de contratação. "Para valer a
pena, a terceirização teria de
diminuir pela metade os gastos
com mão-de-obra", raciocina.
"Mas, para isso, precisaríamos contratar uma empresa
desconhecida, que provavelmente paga pouco aos funcionários e recruta qualquer um."
Um ponto que pode gerar
economia sem maiores riscos,
avaliam os especialistas, são
gastos com água e eletricidade.
No caso da água, geralmente a
principal fonte de desperdício,
a recomendação é uma campanha de conscientização afixada
em elevadores e áreas sociais,
com dicas simples contra o
mau uso do recurso.
Acordos
Já em relação aos contratos
de prestadoras de serviço, a negociação, em geral, é feita
anualmente, no vencimento do
acordo, mas não há nada que
impeça o condomínio de renegociar no momento de revisão
das despesas.
Contudo, na hora de negociar
o preço ou o percentual de aumento ou mesmo trocar de fornecedor, o primeiro item também deve ser a qualidade, sob
pena de ter um serviço malfeito
que, depois, terá de ser refeito a
um custo maior, explica Ana
Paula Pellegrino, da Adbens.
Fazer uma boa manutenção,
aliás, é a receita do síndico Nilton Savietto para economizar.
Investindo mais para manter
tudo em boas condições, ele
evita obras, conta.
"Procuramos escolher uma
empresa que tenha uma boa reputação em sua área de atuação. Dessa forma, podemos
mantê-la por mais tempo e acabamos tendo descontos pela fidelização", complementa Corrêa dos Santos.
(NCC)
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