|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ASSÉDIO IMOBILIÁRIO
Venda deve ter preço de mercado
Para especialistas, melhor opção é trocar terreno por apartamento que será construído
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo quem concorda em
vender o terreno tem dificuldades para negociar com captadores. A causa da insatisfação,
nesse caso, é o preço.
Ao receber uma proposta, deve-se buscar o parecer de um
corretor ou de um engenheiro.
Na definição do valor, o que
conta mais é o terreno e o seu
potencial construtivo: qual a
metragem que poderá ser edificada -e vendida- pelo incorporador, segundo leis de uso e
ocupação do solo.
"É diferente da avaliação do
imóvel, que pode valer pouco,
por exemplo, por causa da idade da construção", orienta o advogado Daphnis Citti, 59.
Tente obter o valor de mercado do terreno, mas não espere
por superofertas. "As construtoras trabalham com margens
de lucros mais apertadas que
nas décadas de 70 e 80, quando
as vendas eram garantidas", diz
o corretor Maled Fakhouri.
Atualmente as construtoras
buscam terrenos com metragem a partir de 5.000 m2, resultantes da reunião de lotes, para
erguer condomínios-clubes,
com grande área de lazer.
Obter o preço solicitado não
basta. Antes de fechar o negócio, investigue a idoneidade do
comprador para afastar a possibilidade de sofrer um golpe.
As formas de pagamento
também merecem atenção. A
mais comum é a permuta do lote por uma unidade no prédio
que será construído.
Ainda que o risco de ficar a
ver navios seja maior -caso o
empreendimento não saia do
papel-, essa opção é considerada a mais recompensadora
pelo presidente do Cofeci (conselho federal de corretores)
João Teodoro da Silva, 55.
"A remuneração por metro
quadrado é melhor, pois o negócio é fechado pelo preço de
custo [do apartamento]", diz.
A secretária aposentada
Cristina Grecco, 52, e o pai dela, o porteiro aposentado Rubens Grecco, 80, concordam
em vender a casa em que moram, no Cambuci (centro), mas
acham baixa a proposta que receberam -R$ 90 mil.
"Passamos 30 anos juntando
dinheiro para comprar essa casa e precisaríamos de pelo menos R$ 120 mil para pagar por
outra similar", argumenta a filha. Segundo ela, a construtora
pressiona-os, ameaçando demolir a casa geminada à deles.
A assistente comercial Mônica Albano, 27, virou o jogo. Ela
soube que um empreendimento só seria viável caso seu lote
fosse incorporado: "Minha casa foi a última a ser comprada.
Se não pagassem o que eu pedisse, perderiam o investimento. Não pedi nada exorbitante,
só não aceitei permuta".
Casa nas costas
A memória de casas que serão demolidas vai virar um documentário com lançamento
previsto para julho deste ano.
"Os moradores escolhem imagens e sons que desejam guardar", conta o cineasta Andre
Costa, 34, da Caracol Filmes
(0/xx/11/3483-9663).
O projeto surgiu quando um
conhecido pediu-lhe para fazer
um vídeo da casa que daria espaço a um espigão e não se encerra no documentário. "Captaremos histórias por cinco
anos e divulgaremos em sites e
para associações de bairros."
Texto Anterior: União de vizinhosfaz a força Próximo Texto: Creci recebe denúncias de abuso Índice
|