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OPINIÃO
Banheiro é uma prova de baliza
JAIRO MARQUES
COORDENADOR-ASSISTENTE DA
AGÊNCIA FOLHA
Normalmente as pessoas descobrem que suas
casas ou apartamentos
não são nada acessíveis
quando são visitadas por
um cadeirante ou quando
alguém da família precisa,
em uma emergência, de
uma cadeira de rodas.
É um "deus nos acuda"
para que o visitante de
rodas caiba no lavabo, vença aquele degrau da cozinha, atravesse o corredor
que leva até os quartos.
Nos imóveis construídos hoje, a situação é ainda
mais complicada. Entrar
no banheiro, do tamanho
de uma caixa de fósforos,
com uma cadeira de rodas
para um simples banho é
uma prova de baliza. Raros
são os projetos que propõem ao menos uma unidade com acessibilidade.
Pouco tempo atrás, comecei a procurar um novo
lugar para morar. Em todo
empreendimento que entrava, era sempre o mesmo diálogo com o corretor: "Olha, para fazer modificações nós vamos ter
de estar vendo com o engenheiro, com o arquiteto,
com o papa, com o..."
Até os estandes de venda, para dar um tom de
glamour, têm escadarias.
O deficiente no Brasil é
expulso do transporte público sem adaptações, das
calçadas esburacadas, da
falta de rampas em instalações. Não ter o direito a
um lar com um mínimo de
aconchego já me parece
muito mais do que excluir.
O autor é cadeirante e edita o blog
http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br
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