São Paulo, domingo, 04 de abril de 2010

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OPINIÃO

Banheiro é uma prova de baliza

JAIRO MARQUES
COORDENADOR-ASSISTENTE DA AGÊNCIA FOLHA

Normalmente as pessoas descobrem que suas casas ou apartamentos não são nada acessíveis quando são visitadas por um cadeirante ou quando alguém da família precisa, em uma emergência, de uma cadeira de rodas.
É um "deus nos acuda" para que o visitante de rodas caiba no lavabo, vença aquele degrau da cozinha, atravesse o corredor que leva até os quartos.
Nos imóveis construídos hoje, a situação é ainda mais complicada. Entrar no banheiro, do tamanho de uma caixa de fósforos, com uma cadeira de rodas para um simples banho é uma prova de baliza. Raros são os projetos que propõem ao menos uma unidade com acessibilidade.
Pouco tempo atrás, comecei a procurar um novo lugar para morar. Em todo empreendimento que entrava, era sempre o mesmo diálogo com o corretor: "Olha, para fazer modificações nós vamos ter de estar vendo com o engenheiro, com o arquiteto, com o papa, com o..."
Até os estandes de venda, para dar um tom de glamour, têm escadarias.
O deficiente no Brasil é expulso do transporte público sem adaptações, das calçadas esburacadas, da falta de rampas em instalações. Não ter o direito a um lar com um mínimo de aconchego já me parece muito mais do que excluir.

O autor é cadeirante e edita o blog http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br



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