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São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2003

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EXCLUSIVO

Aluguel em alta nos últimos 5 anos (média de 21%) desse segmento faz desempenho geral não ser mais negativo

Escassos, 4-dormitórios seguram queda

DA REDAÇÃO E
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Com altas de 21,3% e 20,7%, respectivamente, os apartamentos e casas de quatro dormitórios, escassos no mercado e restritos a bairros nobres da cidade, seguraram a queda geral no preço dos aluguéis nos últimos cinco anos.
Os apartamentos de três dormitórios ficaram com a segunda e última variação positiva -5%-, ainda de acordo com o estudo da Folha com base nas estatísti- cas da Aabic (associação de ad- ministradoras de condomínios).
As demais foram todas negativas: no segmento de apartamentos, quitinetes (-3,5%), um-dormitório (-6%) e dois-dormitórios (-4,4%); no de casas, um-dormitório (-2,4%), dois-dormitórios (-5,5%) e três-dormitórios (-3,6%).
Para José Roberto de Toledo, 50, diretor da Lello, maior administradora de imóveis da capital, "depois de uma supervalorização na transição do Plano Real, em 94, os preços de aluguel retrocederam, em 95, 96 e 97, e se acomodarem à realidade do mercado".
A partir de 98, a oferta abundante de imóveis na cidade e a situação econômica se encarregaram de manter a variação das locações abaixo da inflação, explica Toledo, que é ex-presidente da Aabic. "E, de um ano para cá, a queda foi mais acentuada", diz.

Economia estagnada
"O nível de atividade econômica quase estagnado dos últimos anos é a principal explicação para a queda real nos preços de aluguéis", avalia Claudio Anauate, 57, presidente da Aabic e dono da administradora Anauate Caccur.
Comprar em vez de alugar. "Essa escolha, facilitada por linhas de financiamento da CEF e por outras, como as do Plano 100 e do Plano Melhor, também diminuiu a movimentação de capital no mercado de locações", lembra.
Segundo a incorporadora e construtora Rossi, durante sua existência (92-98), o Plano 100 (crédito em cem parcelas fixas, reajustadas pelo IGP-M) financiou 15.746 imóveis novos. No Plano Melhor (1993-1996), foram 7.500, informa a Goldfarb.
"Com a queda na procura e o consequente aumento de oferta, tornou-se comum que proprietários não reajustassem o aluguel para não perder o inquilino", explica o presidente da Aabic.
"E, para piorar a situação dos menores [um e dois dormitórios], surgiu a concorrência dos flats, cujo número aumentou vertiginosamente na década de 90."
(PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA, MARLENE PERET, EDSON VALENTE E DAYANNE MIKEVIS)


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