São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008 |
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Economia em alta Nos últimos cinco anos, houve 515 lançamentos de até R$ 200 mil
DÉBORA FANTINI DA REPORTAGEM LOCAL Encontrar apartamento por menos de R$ 200 mil em um distrito nobre como a Vila Andrade (zona sul) pareceria fora de lugar no mercado paulistano há cerca de dois anos. A coordenadora de varejo Milena Braun Menezes, 32, diz que não acreditava na existência de um imóvel assim até comprar o seu, um três-dormitórios de 62 m2, que custou R$ 146 mil na planta. "É o meu primeiro imóvel", conta Menezes, que hoje mora com os pais em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo). O mercado de imóveis econômicos -com preços de até R$ 200 mil- está aquecido desde 2006, com as aberturas de capital no setor imobiliário e as facilidades de crédito. Dados levantados pela Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) com exclusividade para a Folha mostram que, nos últimos cinco anos, foram 515 lançamentos (62.389 unidades) de até R$ 200 mil, contra 403 (37.472 unidades) de padrão médio, de R$ 200 mil a R$ 400 mil. Incorporadoras lançaram marcas específicas para o segmento econômico. A Cyrela criou a Living em 2006, para imóveis de R$ 100 mil a R$ 200 mil. "Miramos a classe C e parte da B", diz Antonio Guedes, diretor de novos negócios. Em 2007, Gafisa e Klabin Segall também entraram nesse mercado. A primeira criou a Fit Residencial -com imóveis entre R$ 50 mil e R$ 150 mil-, e a segunda, a Olá -abaixo de R$ 100 mil, faixa que o mercado chama de supereconômicos. O comprador que tem até R$ 200 mil para gastar encontra apartamentos de dois ou três quartos -veja 13 empreendimentos à venda na pág. 2. A área varia de 40 m2 a 80 m2 -os de médio padrão têm, em média, 140 m2-, diz Maurílio Scacchetti, diretor comercial da Habitcasa, braço "econômico" da Lopes. O preço médio do m2 do econômico é R$ 2.156,14, e o do médio padrão, R$ 3.008,14, segundo a Embraesp. Os bons projetos têm poucos corredores e sala e cozinha integradas. Deve-se checar se os revestimentos, de linhas mais simples, cobrem todas as paredes de banheiros e cozinha. Os empreendimentos geralmente têm piscina, quadras, playground e muitas torres. Os da Patrimônio -que em 2006 criou a linha de econômicos Smile- são conjuntos de quatro a seis prédios baixos (de seis ou sete andares), totalizando entre 180 e 600 unidades. "O condomínio não fica "salgado" porque tem no mínimo 200 unidades", afirma Paulo Pôrto, da Klabin Segall. Ainda em 2008, a CCDI (Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário) planeja de cinco a sete lançamentos econômicos na Grande São Paulo. "Apostamos no público que adia a troca do carro para comprar o apartamento", descreve Roberto Perroni, diretor. A menina-dos-olhos da incorporadora está colada à capital. Em Caieiras, a CCDI adquiriu um terreno de 5 milhões de m2, onde quer fazer, nos próximos oito anos, 20 mil unidades - uma metade para baixa renda (até R$ 100 mil) e a outra, de econômicos (de R$ 100 mil a R$ 200 mil). Índice |
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